A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou, nesta quarta-feira (3), cerceamento de defesa por não ter tempo suficiente para analisar as provas do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Durante a sustentação oral no julgamento que acontece na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Celso Villardi afirmou que a defesa não teve acesso a todas as provas e que não conhece o inquérito na sua totalidade.
“Nós não tivemos acesso às provas e muito menos prazo suficiente. Não tivemos o tempo que o Ministério Público e a Polícia Federal tiveram. Com 34 anos, é a primeira vez que venho à tribuna e, com toda humildade, para dizer o seguinte: eu não conheço a íntegra desse processo”, declar
O advogado também atacou a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, peça central na acusação contra Bolsonaro, e pediu a sua anulação, alegando que o militar mentiu em seus depoimentos.
“Nós temos uma delação, que chamaram de uma jabuticaba, mas é muito mais grave. A delação, da forma como está sendo proposta, é algo que não existe nem aqui e nem em nenhum lugar do mundo”, complementou Villardi.
Sem citar nomes, Villardi criticou juristas que, segundo ele, analisam o caso sem conhecer a totalidade dos autos.
“Uma omissão deve anular a condenação. Um processo difícil, porque chegamos aqui com uma carga de uma parte da população e desses ‘juristas’ tratando de uma condenação sem conhecer os autos”, declarou.
Nesta quarta-feira acontece o segundo dia do julgamento de Bolsonaro e outros sete aliados que são apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como líderes da suposta trama golpista.