Carla Zambelli renuncia ao mandato de deputada federal

Parlamentar que está presa na Itália informou ao presidente da Câmara dos Deputados que abriu mão do cargo

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

A ex-deputada Carla Zambelli (PL-SP) anunciou neste domingo (14) a renúncia à sua cadeira na Câmara dos Deputados.

“A Câmara dos Deputados informa que a Deputada Carla Zambelli (PL/SP) comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia ao mandato parlamentar na data de hoje. Em decorrência disso, o Presidente da Câmara dos Deputados determinou aconvocação do suplente, Deputado Adilson Barroso (PL/SP), para tomar posse”, diz a nota divulgada pela Câmara dos Deputados.

A decisão de deixar a cadeira na Câmara foi tomada após uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) para que seu suplente assumisse o cargo em 48 horas.

Segundo apuração da reportagem da Itatiaia, Zambelli optou pela estratégia de abrir mão do mandato na Câmara dos Deputados após a Casa ter mantido seu mandato para reforçar a teoria de que ela seria uma perseguida política, alvo de injustiças por parte de Moraes.

A deputada está presa desde julho na Itália, para onde fugiu após ser condenada pelo Supremo. A parlamentar se licenciou do cargo entre maio e outubro, mas desde então tem acumulado faltas. A Constituição prevê a perda de mandato de parlamentares caso se ausentem a um terço das sessões no ano.

Condenação no STF e reviravolta na Câmara

Ela foi condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão de sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A Primeira Turma do STF decidiu em junho pela perda de mandato da deputada e comunicou a Câmara. Na época, pressionado pela oposição, Hugo Motta decidiu enviar o caso para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania).

Nesta semana, após meses de análise do caso, a CCJ deu aval à perda de mandato, mas isso não se confirmou no plenário. A votação não atingiu votos suficientes para a cassação.

Em reação, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, avaliou que o ato da Câmara era nulo e determinou a perda imediata, além de fixar o prazo de 48 horas para o suplente assumir. A decisão foi confirmada por unanimidade na Primeira Turma e a Câmara foi oficialmente comunicada na sexta-feira (12).

Leia também

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.

Ouvindo...