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Braga apresenta relatório da reforma tributária; CCJ adia debate para a próxima semana

Proposta cria Comitê Gestor independente, garante isenção a taxistas e endurece regras para conselheiros; votação deve ocorrer na próxima semana

Braga e Otto posam com o relatório: senadores podem dar sugestões até a próxima terça (16)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado recebeu nesta quarta-feira (10) o relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre o projeto que regulamenta a reforma tributária. O presidente da comissão, Otto Alencar (PSD-BA), concedeu vista coletiva e marcou a discussão do texto para a próxima quarta (17).

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024 cria o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), tributo que substituirá ICMS e ISS. O órgão será independente, sem subordinação hierárquica, e responsável por arrecadar e distribuir os recursos entre estados e municípios.

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Pontos centrais do relatório

  • Isenção de IBS para taxistas e frentistas;
  • Imposto Seletivo mais alto para bebidas com maior teor de açúcar;
  • Regras rígidas para manter integrantes do Conselho Superior do Comitê Gestor, com perda de cargo em caso de condenação;
  • Solução para impasse entre associações de municípios sobre vagas no Conselho Superior: em 2025, a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos terá 13 cadeiras e a Confederação Nacional de Municípios, 14;
  • Criação de uma Câmara Nacional para uniformizar decisões administrativas sobre IBS e CBS.

Braga afirmou que o relatório acatou 96 das 379 emendas apresentadas e pediu que novas sugestões sejam enviadas até terça (16). O relator reforçou que não pretende reabrir pontos já definidos na primeira parte da regulamentação da reforma, aprovada no início do ano.

“Estamos tratando de matérias de repercussão técnica. É preciso ouvir especialistas para evitar erros”, destacou.

Repercussão no Senado

Senadores ressaltaram o caráter histórico da proposta. Rogério Carvalho (PT-SE) lembrou que o debate sobre reforma tributária atravessa décadas. Efraim Filho (União-PB) afirmou que o texto combate a “burocracia do manicômio tributário” e moderniza o sistema. Já a senadora Professora Dorinha (União-TO) comemorou a previsão de pelo menos 30% de participação feminina entre julgadores e diretores do Comitê Gestor.

Se aprovado pelo Senado, o substitutivo de Braga retornará à Câmara dos Deputados para nova análise.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.