O ministro Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência) participou de uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, nesta quarta-feira (10), para discutir os próximos passos para a aprovação da
Boulos afirmou que o governo trabalha para que o tema seja pautado o quanto antes no plenário do Senado. Segundo ele, acabar com a escala 6x1 é uma demanda nacional: “A escala 6x1 não deixa tempo de descanso algum. Na verdade, é viver para trabalhar. Não há tempo para a família, lazer ou qualificação profissional.”
Boulos explicou que a produtividade do trabalhador aumenta quando há equilíbrio entre jornada de trabalho e tempo de descanso, citando experiências internacionais de países que reduziram a jornada e registraram ganhos em eficiência. Ele ressaltou ainda que o compromisso do governo é com os trabalhadores: “O presidente Lula foi eleito para defender os trabalhadores e vai seguir fazendo isso.”
O ministro também destacou a importância de conciliar a redução da jornada com condições de transição para pequenos e médios empresários, sem comprometer a economia. Ele criticou argumentos de setores empresariais que afirmam que a mudança poderia gerar desemprego ou falência de empresas, lembrando decisões históricas como a criação do salário mínimo, jornada de 8 horas, férias remuneradas e 13º salário, que não causaram colapso econômico.
Audiência e apoio parlamentar
O deputado Rogério Correia (PT-MG), que presidiu a audiência na Câmara, avaliou o encontro como “muito positivo” e reforçou a importância do tema: “A vinda do ministro demonstra claramente que a prioridade do governo é a jornada 6x1. Em vez de pautas impopulares, vamos discutir o que realmente importa para o povo brasileiro.”
A audiência reuniu representantes do setor empresarial, comércio e indústria, com o objetivo de debater impactos e possíveis ajustes no texto. O governo e os parlamentares estudam a tramitação da PEC para garantir que, após análise no Senado, a proposta retorne à Câmara para debate final, incluindo a definição da jornada semanal e eventuais emendas.
Segundo Boulos, o texto aprovado na CCJ é apenas o início da discussão: “Quando ele chega ao plenário, haverá espaço para emendas e aperfeiçoamentos. O essencial é reduzir a jornada e acabar com a escala 6x1 sem redução de salário.”
A próxima etapa envolve a articulação com o senador Paulo Paim e o relator Rogério Carvalho, que já coordenam os próximos passos para pautar a PEC no plenário do Senado, com a expectativa de avançar ainda neste ano legislativo.