A Federação da Indústria de Minas Gerais (Fiemg) diz que o cenário no Brasil está “difícil”. A avaliação foi feita pelo presidente da entidade, Flávio Roscoe, no evento “Dia da Indústria”, realizado na noite desta quinta-feira (22), no Minascentro, em Belo Horizonte.
“A realidade é que o ambiente de negócio está muito difícil. Taxa de juros alta, a indústria é capital intensivo. Com a taxa de juros a 15% básica, quer dizer que todo mundo que está tomando juros está tomando a 21%, 22%, 25%. Então, remunerar o investimento com essa taxa de juros já é muito difícil. Além disso, aumentos pontuais tributários, dificuldades no ambiente de negócio. Quer dizer, o cenário está um pouco difícil de celebração, mas a indústria vem fazendo o que pode para ganhar eficiência, ganhar tração, mas, efetivamente, a gente não deve ter um ano tão bom quanto esperado. O ambiente macroeconômico vem deteriorando de maneira muito rápida”, avaliou Roscoe.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta pela Fiemg apontou que, pelo sexto mês consecutivo, os industriais mineiros demonstraram desconfiança com a economia. Em maio, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (ICEI-MG) registrou 47,8 pontos, acima do desempenho de abril (45,9 pontos). O indicador, porém, manteve-se abaixo dos 50 pontos, limite entre a confiança e a falta dela.
Segundo a pesquisa, a desconfiança dos empresários reflete uma avaliação negativa sobre a economia do país e do estado, bem como sobre o desempenho dos próprios negócios. Fatores como risco fiscal elevado, inflação persistente e taxas de juros altas também contribuíram para a falta de confiança dos industriais mineiros.