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Cemig, Copasa e Codemig: valores das estatais não são suficientes para abater nem 30% da dívida de Minas com a União

Federalização dos ativos é apontada como a principal solução para abater parte da dívida de cerca de R$ 165 bilhões

Governo Zema apresentou projetos para privatização da Cemig e da Copasa

Apontados como a principal solução para abater parte da dívida de Minas com a União, os ativos do estado — que têm preços estimados e públicos — não são suficientes para reduzir nem 30% no valor do débito.

A dívida mineira com a esfera federal é de R$ 165 bilhões. Somadas, Codemig (R$ 32 bilhões), Cemig (R$ 7,5 bilhões), Copasa (R$ 4 bilhões) UEMG (R$ 500 milhões) e Comprev (R$ 1 bilhão) atingem ‘apenas’ R$ 45 bilhões.

Nesta conta, a Itatiaia considerou os maiores valores estimados para cada um dos ativos, com base em números projetados pelo próprio governo de Minas. Os valores foram apresentados pelo vice-governador, Mateus Simões (Novo), em uma audiência pública na Assembleia Legislativa. Mesmo com a projeção mais otimista, os bens estaduais, que podem ser federalizados, não atingem sequer 30% da dívida bilionária.

Os números também entram em rota de colisão com a nova estratégia da oposição na Assembleia Legislativa. Os deputados do grupo querem tirar algumas estatais deste pacote e impedir que elas sejam federalizadas. O líder da oposição, Ulysses Gomes (PT), diz que apenas a federalização da Codemig irá resolver a questão da dívida, dispensando a necessidade de “depender de outras estatais”.

O parlamentar diz que a oposição está com o Ministério da Fazenda para mostrar que a Codemig é “valiosa” e “importante” para Minas. Com base nos números apresentados pelo governo, federalizando apenas a Codemig, o ‘abatimento’ da dívida irá cair para menos de 20%.

Detalhes sobre os valores dos ativos mineiros

Apontada como a “joia da coroa”, a Codemig, dona de reservas de nióbio no interior de Minas, pode valer até R$ 32 bilhões. A estimativa foi feita pelo grupo financeiro Goldman Sachs.

A segunda estatal mais valiosa é a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O governo afirma que os 17,5% das ações — o que representa 50% do capital votante — valem entre R$ 7 bilhões e R$ 7,5 bilhões, com base em valores praticados na Bolsa de Valores.

Em terceiro lugar está a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) que tem valor estimado na Bolsa de Valores na casa dos R$ 4 bilhões.

Em quarto lugar na ordem de valores aparece a Compensação Financeira entre os Regimes Previdenciários (Comprev). Responsável por créditos ligados à previdência, o ‘serviço’, por meio de repasses que podem ser feitos para União, pode render até R$ 1 bilhão, segundo a projeção mais otimista da gestão Zema.

Por fim, em quinto lugar, Zema também colocou um novo patrimônio à disposição do governo federal: a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). O Estado diz que a instituição, dona de imóveis em diferentes pontos do Estado, pode custar até R$ 500 milhões.

Fora desses bens listados, o Estado também quer repassar imóveis e outros ativos para União. No entanto, os valores não foram contabilizados e divulgados.

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Repórter de política na Rádio Itatiaia. Começou no rádio comunitário aos 14 anos. Graduou-se em jornalismo pela PUC Minas. No rádio, teve passagens pela Alvorada FM, BandNews FM e CBN, no Grupo Globo. No Grupo Bandeirantes, ocupou vários cargos até chegar às funções de âncora e coordenador de redação na BandNews FM BH. Na televisão, participava diariamente da TV Band Minas e do BandNews TV. Vencedor de 8 prêmios de jornalismo. Já foi eleito pelo Portal dos Jornalistas um dos 50 profissionais mais premiados do Brasil.