Após o presidente Donald Trump cobrar tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos Estados Unidos, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirma que o Brasil está na contramão do mundo e não adota práticas de proteção ao aço produzido em território nacional. A afirmação do governador mineiro é uma crítica direta à postura do governo Lula (PT) que não cobra taxas extras sobre o aço que vem do mercado asiático.
A resposta de Zema foi dada ao ser questionado pela imprensa sobre as taxas impostas pelo presidente norte-americano. No entanto, o governador dedicou a sua fala para criticar a postura do governo petista em relação ao aço que vem do continente asiático.
As declarações do governador foram dadas na manhã desta sexta-feira (14) durante a inauguração em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, de uma nova linha de produção da ArcelorMittal, maior produtora de aço do país. “Nós queremos que o Brasil simplesmente siga aquilo que outros países fazem. Parece que aqui nós estamos querendo reinventar a roda e isso é muito triste, alguém achar que ele sabe mais do que o resto do mundo. Nós temos aqui em alguns momentos um governo que pensa dessa maneira, então ficamos eternamente cometendo erros”, disse.
Zema insistiu nas críticas e disse que o aço asiático é o mais sujo do mundo. “O Brasil precisa primeiro ver essa questão do aço asiático que tem chegado aqui e tomado o mercado das nossas empresas. Lembrando que o aço asiático é o mais sujo do mundo, o que mais emite carbono. Nós estamos ajudando na poluição importando esse aço e aqui nós temos um dos aços mais verdes do Brasil”, declarou.
A ArcelorMittal exporta aço para os Estados Unidos. Questionado sobre as taxas impostas por Trump, o presidente da empresa no Brasil, Jefferson De Paula, está confiante nas negociações do governo federal com o governo norte-americano. O executivo afirma que os Estados Unidos precisam do aço brasileiro. “Nós estamos em contato muito frequente com o governo federal e acreditamos que eles vão chegar num acordo. Os Estados Unidos no ano passado importou 5,6 milhões de toneladas de placa, nós aqui do Brasil exportamos 3,5 milhões”, afirmou.
Em uma nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e de Indústria e Comércio lamentaram a decisão de Trump e classificaram a tarifa de 25% sobre aço internacional “injustificável e equivocado”. O governo Lula diz que irá negociar medidas para amenizar os efeitos da taxação imposta pelo governo norte-americano.
