Após o prefeito de Santa Luzia, Paulo Bigodinho (Avante),
“Não, não pode (fazer atendimento geral). O Conselho Federal de Medicina tem um regramento muito claro em relação a isso. Ele (médico) precisa ficar lá, disponível para um atendimento de urgência e emergência. Ele não pode ter esse atendimento atrasado em função de outros casos menos graves, igualmente importantes, mas menos graves. Ele está ali para atender os casos de infarto que chegam, pessoas que chegam sob risco de morte naquele momento”, pontuou o Arthur Mendes.
Na avaliação do diretor do Sinmed-MG, ao invés de demitir o médico, o prefeito de Santa Luzia deveria reforçar o número de profissionais que atuam na UPA. “Precisávamos de mais profissionais para atendimento lá na porta, para atendimento desses casos menos graves. Porque o profissional da emergência não pode ser deslocado simplesmente por uma vontade do gestor. Eu acho que falta um pouco mais de conhecimento, um pouco mais de entendimento desses fluxos que não são construídos ao bel-prazer das pessoas. Isso é uma questão técnica muito séria, uma responsabilidade muito grande, eu acho que precisa de mais trabalho e menos espetáculo”, opinou.
Relembre o caso
No sábado passado (18), Paulo Bigodinho demitiu um médico que se recusou a reforçar o atendimento geral da UPA São Benedito. O profissional, cuja identidade não foi divulgada, estava na sala de descanso quando foi abordado pelo prefeito, que o questionou sobre a possibilidade de ajudar nas consultas.
O médico, por sua vez, disse que sua função era voltada exclusivamente para atendimento de urgência. Incomodado com a negativa, Bigodinho, então, o informou da demissão. “Então não tem jeito? Você pode ajudar hoje? Não pode? Então é seu último dia aqui”, disse o prefeito na oportunidade.
A Medplus Serviços Médicos, responsável pelo profissional, afirmou que não era obrigação do médico realizar o atendimento geral na UPA. “A Medplus informa que o médico em questão foi contratado para trabalhar em atendimentos de casos de urgência e emergência na UPA São Benedito, de Santa Luzia (MG)”, disse a empresa.
Já o prefeito argumentou que a UPA é uma unidade de urgência e emergência, sendo assim, todos os médicos que estão no local deveriam atender os pacientes que chegam ao local.