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Publicidade em prédios da Cidade Administrativa é alvo de críticas: ‘agressão a um patrimônio’

Ex-deputado e secretário de governo na época da construção da sede do governo de Minas, Danilo de Castro, diz que propagandas nos prédios causa ‘perplexidade’ e considera ação do MPMG

Ex-deputado e secretário de governo na época da construção da sede do governo de Minas, Danilo de Castro, diz que propagandas na Cidade Administrativa causam ‘perplexidade’ e considera ação do MPMG

Projetada pelo arquiteto mineiro Oscar Niemeyer e nomeada em homenagem ao ex-presidente Tancredo Neves, a Cidade Administrativa, sede do governo de Minas, que fica na região norte de Belo Horizonte, tem abrigado mensagens de teor publicitário em favor da administração Zema.

Uma das mensagens, afixada no prédio Tiradentes, diz que ‘Minas bate recorde’, com um gráfico crescente, mas não cita nenhum dado específico que esteja em alta no executivo.

O ato tem sido alvo de críticas, inclusive de quem participou do governo estadual à época da construção. O ex-deputado federal e ex-secretário de governo Danilo de Castro, usou as redes sociais para criticar o uso publicitário da obra de Niemeyer.

“No Brasil e no mundo, cidades inteiras se orgulham de abrigar obras traçadas pelas mãos do grande mestre, arquiteto Oscar Niemeyer. Além da presença marcante de suas obras em Brasília, em Belo Horizonte, tivemos a sorte e o privilégio de abrigar a primeira delas, que foi a Pampulha, e as duas últimas: a Cidade Administrativa e a Catedral Cristo Rei”, iniciou a postagem, que referencia, também, a catedral que está sendo construída no bairro Juliana, vetor norte da capital.

Danilo de Castro segue com as críticas. “Está causando enorme perplexidade a todos o anúncio publicitário do Governo do Estado em um dos prédios da Cidade Administrativa”.

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E se a moda pega?

Danilo ainda questionou o que aconteceria se outras estruturas importantes do poder público aderissem à publicidade.

“Imaginem anúncios como esse, no Palácio do Planalto, no prédio que sedia a ONU, em Nova Iorque, na fachada do STF, na Igreja da Pampulha e outros tantos mais. O que está acontecendo é uma absurda falta de sensibilidade e uma agressão ao patrimônio”.

Por fim, o ex-deputado pediu intervenção do Ministério Público de Minas Gerais no caso.

“Confunde, lamentavelmente, o que deveria ser a Sede Institucional da gestão do estado com a gestão de um Governo, e merece uma ação urgente do Ministério Público. É difícil acreditar em tamanha falta de sensibilidade e agressão a um patrimônio”.

Em contato com a Itatiaia, Danilo afirmou que ainda não acionou o MPMG, mas considera a possibilidade: “Estou pensando em entrar com uma ação. Ainda não iniciei nada, mas quero, sim, acionar o Ministério Público. Aquelas placas não dizem nada. Dizem que Minas está crescendo, mas nem chega a citar onde cresceu”.

O governo de Minas, através da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), também foi procurado e ainda não retornou.

A reportagem entrou em contato também com o Crea, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais, que disse que não vai se posicionar sobre o tema.


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Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.