O ano de 2025 será de avanços para o projeto do novo bairro que ficará no terreno do antigo Aeroporto Carlos Prates, na região noroeste de Belo Horizonte. A proposta prevê a construção de 4.500 unidades habitacionais, das quais 70% serão destinadas a moradias de interesse social, e 30% à livre comercialização O bairro também contará com equipamentos de saúde, educação e serviços públicos.
Atualmente, o projeto encontra-se em fase de modelagem econômica, etapa que tem previsão de ser concluída nos próximos seis meses. Essa modelagem consiste em um estudo técnico e financeiro para determinar as fontes de custeio e a viabilidade econômica do empreendimento.
Esta etapa também irá definir as responsabilidades financeiras de cada ente envolvido. A promessa é que o novo bairro - ainda sem nome - seja financiado pela Prefeitura de Belo Horizonte, pela União e por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Ao mesmo tempo, obras de infraestrutura já estão em andamento no local, incluindo a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e um Centro de Saúde. Também está prevista a implantação de escolas municipais de educação infantil (EMEI) e ensino fundamental (EMEF), um centro cultural, um centro esportivo, além de um restaurante popular. Essas instalações serão ligadas ao parque Maria do Socorro, que, apesar de inaugurado, ainda precisa passar por obras de melhorias, como a instalação de quadras e outros equipamentos.
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a intervenção também incluirá melhorias de mobilidade urbana, como a interligação com a avenida Pedro II e com o bairro Padre Eustáquio. De acordo com Pedro Maciel, Secretário Adjunto de Política Urbana da PBH, o objetivo é transformar a região em um “case de sustentabilidade e alinhamento com a nova agenda urbana”, uma vez que o projeto não se resume à habitação: “A gente está falando de um grande parque que vai ter permeado nele vários equipamentos de saúde, educação, EMEI, EMEF, centro de saúde, UPA, restaurante popular, centro cultural, um centro esportivo. Então, vai ser uma grande referência”.
A Superintendente de Patrimônio da União em Minas Gerais, Lorhany Almeida, também ressaltou a parceria com a Prefeitura e a nova lógica do uso do terreno: “A gente sai de uma lógica do governo Bolsonaro, de vender tudo para a iniciativa privada, e entrega esse terreno para casas populares. O novo bairro já é uma realidade. Já temos a construção de equipamentos públicos. Não tem como voltar atrás”.
Licenças para avançar
Os projetos de moradia dependem de licenças ambientais e da finalização da modelagem econômica. Caso aprovados os estudos econômicos nos próximos seis meses, a transferência definitiva das áreas será formalizada junto ao Governo Federal, possibilitando o avanço das obras, cuja conclusão está prevista para 2030 - a depender das liberações e licenças.
“O prazo de 2030 é até um prazo final que a gente tem do empreendimento hoje, mas a modelagem econômica vai definir muito sobre essa questão de prazos, de quando será possível começar esses primeiros empreendimentos, seja de equipamentos, seja de moradia. A gente tem que aguardar os próximos seis meses para ter um pouco mais de certeza sobre isso aí”, diz Pedro Maciel, que estima, ainda, que, com esses trâmites burocráticos em andamento, em 2026 os avanços devem ser mais consideráveis.
“Em 2026 é muito provável que a gente já tenha extinguido as fases de modelagem econômica e de licenciamento ambiental desse empreendimento, e também a fase licitatória, o que deixa a Prefeitura apta a começar, a dar início às intervenções. Pode ser que sim, pode ser que em 2026, 2027 a gente já tenha ali as primeiras obras de parque, de equipamento e de moradia, talvez”, explicou.