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Embate jurídico entre vereadores de BH ganha novo capítulo na Justiça Eleitoral

Justiça Eleitoral mantém investigação, mas nega novos ofícios em caso de disputa entre vereadores de BH

Embate jurídico entre vereadores de BH ganha novo capítulo na Justiça Eleitoral

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TJMG) negou pedido do vereador Wagner Messias (União), conhecido como Preto, que pedia a inclusão da Prefeitura de Belo Horizonte e outros órgãos em Investigação Judicial Eleitoral ingressada por ele, contra a vereadora reeleita Janaina Cardoso (União), ambos da Câmara Municipal de Belo Horizonte.

A equipe jurídica do vereador solicitou envio de ofício à PBH, com pedido de investigação, sobre um possível convênio do executivo municipal para estacionamento e funcionamento com a chamada “Carreta da Saúde”.

O Juiz da 29ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, Marcos Antônio da Silva, negou o pedido afirmando que “convênios realizados com a Administração Municipal são, por lei, públicos, motivo pelo qual qualquer cidadão poderá ter acesso diretamente no órgão público ou até mesmo pela rede mundial de computadores.” A decisão diz ainda que o pedido “extrapola o fato em discussão, na medida em que pretender obrigar o Executivo Municipal a apresentar todo e qualquer ato jurídico ou convênio realizado com as citadas entidades”.

Com a mesma justificativa, o juiz eleitoral negou envios de ofícios a outras entidades, como o Instituto de Cooperação Intermunicipal do Médio Paraopeba (ICISMEP), Instituto Álvaro Antônio, a sociedade empresária Memo, ANATEL e Congresso Nacional.

Nas solicitações do vereador Preto (União), os órgãos teriam ligação com a carreta citada no processo, e teriam agido para favorecer o funcionamento do equipamento de saúde em favorecimento à campanha da vereadora.

Por fim, o juiz ressaltou que os pedidos “são genéricos, extrapolam o objeto da presente demanda e alguns podem ser obtidos por iniciativa da própria parte, a quem incumbe primordialmente a produção de provas. INDEFIRO, portanto, os pedidos de expedição de ofícios apresentado pelo autor.”

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Entenda o caso

O processo jurídico solicitado por Preto em novembro busca investigar possível favorecimento durante corrida eleitoral à Câmara de BH nas eleições deste ano. Preto, que é suplente de Janaina, e não foi reeleito no pleito, afirma na justiça que houve uso irregular de um veículo de atendimento de saúde móvel durante a campanha, chamado de “Carreta da Saúde”.

O parlamentar alega que em setembro deste ano o veículo ficou parado na Praça Modestino de Sales Barbosa, na região do Barreiro, com realização de exames médicos gratuitos. O equipamento seria viabilizado pelo mandato do deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL), ex-marido de Janaina Cardoso. A equipe de campanha estaria fazendo distribuição de material no local pedindo votos para Janaina.

Deste modo, Preto denuncia que houve favorecimento à campanha da vereadora na região, com uso de equipamento ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS) aliado à imagem da parlamentar.

Preto teve 5.599 votos, e não conseguiu se reeleger, mas é suplente de Janaina Cardoso, reeleita com 7.740 votos. Caso o mandato de Janaina fosse casado pela Justiça Eleitoral por causa desta denúncia, Preto deveria assumir o mandato.

Apesar da negativa da justiça nos pedidos de envio de ofício, a investigação segue em curso.


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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.