Nesta quarta-feira (13), o prefeito Fuad Noman (PSD) teve uma vitória significativa na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). O projeto de reforma administrativa, de autoria do executivo, que aumenta o número de secretarias e cria 53 novos cargos foi aprovado com 35 votos votos favoráveis e apenas 4 contrários, sem nenhuma abstenção, em primeiro turno.
Vereadores do PT e do PSOL deram a entender, durante a discussão, que, poderiam se juntar ao partido Novo no segundo turno para a obstrução da pauta, caso não houvesse negociação com o executivo municipal. A vereadora Iza Lourença (PSOL) falou em “dar uma chance” à prefeitura para que houvesse diálogo entre as duas partes.
O vereador Bruno Miranda (PDT), líder do prefeito na Câmara, disse para a Itatiaia que há o compromisso de negociar com o grupo. “Eles tem uma situação pontual em relação a PBH Ativos, a gente já tem uma reunião agendada na semana que vem para poder tirar todas as dúvidas e seguir com a tramitação do projeto”, declarou.
Ele ainda afirmou que há espaço para dialogar com os contrários ao PL, mas que é “preciso falar a verdade”. A expectativa do parlamentar é que a votação em segundo turno aconteça ainda este ano.
Um dos vereadores que votou contra o projeto, Bráulio Lara (Novo), afirmou para a Itatiaia que a votação mostrou uma “incoerência da esquerda”. Segundo ele, o grupo “desceu o cacete” no prefeito durante a campanha das eleições municipais, mas, agora, votou junto com o executivo. “Falaram que o prefeito estava envolvido com máfia do busão e que se o prefeito, se não fosse eleito, e outros da esquerda fossem ele [Fuad] sairia preso, ou seja, tudo isso foi dito durante a campanha. Depois que passou, no segundo turno eles apoiaram, fizeram parte da vitória, mas agora tá todo mundo calado”, declarou.
Ao contrário do vereador Bruno Miranda, Bráulio espera que a votação aconteça só no ano que vem, quando os novos vereadores tiverem tomado posse.
A reforma foi enviada pelo prefeito para a CMBH no dia 30 de outubro e custará aos cofres públicos cerca de R$49,9 milhões mensais.
O texto prevê a criação de quatro novas pastas — Segurança Alimentar e Nutricional, Mobilidade Urbana, Administração Logística e Patrimonial e Secretaria-Geral. Atualmente, a PBH tem 14 pastas. Com isso, o número iria subir para 18.
Outra novidade seria a criação de uma nova administração. Hoje, são nove regionais. Com o texto, passaria a ter uma décima focada no hipercentro da capital, que hoje, pertence a região Centro-Sul.
O PL propõe ainda duas novas coordenadorias: Especial de Vilas e Favelas e Especial de Mudanças Climáticas.