O racismo estrutural limita violentamente a garantia aos Direitos Humanos. A avaliação foi feita pela ministra dos Direitos Humanos do governo Lula, Macaé Evaristo, durante uma palestra realizada nesta segunda-feira na abertura do evento “Novembro Negro” no campus Pampulha da UFMG, em Belo Horizonte. A solenidade marca o início de uma extensa programação de atividades que a universidade irá realizar ao longo de novembro, mês que se celebra o “Dia da Consciência Negra”.
“A ênfase que eu coloquei na minha fala hoje é que a gente possa entender que o racismo estrutural limita violentamente a possibilidade da gente garantir os direitos humanos para o conjunto da população. Então fazer a luta antirracista é também trabalhar para que cada vez mais os direitos humanos sejam garantidos a todas as pessoas. Isso vale para o direito à moradia, para o direito à água, para o direito à educação, direito à saúde. Essa é uma questão que eu tenho tentado trabalhar no Ministério, que é fazer com que as pessoas compreendam que os Direitos Humanos não é uma coisa que fica pairando sobre as cabeças, mas tá dizendo de condições objetivas de sobrevivência da existência das pessoas”, destacou a ministra Macaé Evaristo.
A reitora da Universidade, Sandra Regina Goulart, destacou a importância da instituição se envolver na luta contra o racismo.
“Como diz a Ângela Davis, né? Não basta não ser racista, tem que ser antirracista, que é uma luta não apenas da população negra, mas também de todos nós. Todos nós temos que ter esse compromisso de construir uma sociedade antirracista, que lute contra o racismo em todos os momentos, de todas as formas. Então essa é uma luta da Universidade, sim, é uma luta que é por uma sociedade melhor, uma Universidade melhor e é uma luta do nosso do dia a dia. Então todos nós temos que estar envolvidos nessa luta antirracista”, concluiu Goulart.
A palestra de Macaé foi acompanhada pela escritora, poeta e pesquisadora Conceição Evaristo, conhecida e respeitada por obras que denunciam o racismo e desigualdades sociais. A ministra Macaé e a escritora Conceição Evaristo são primas.
A programação da UFMG irá até o dia 30 de novembro e contará com mais de 120 atividades com o eixo antirracista.