Ex-ministro de Bolsonaro fala à PF por 2 horas sobre operações da PRF nas eleições de 2022

Anderson Torres é investigado em inquérito que apura tentativa de usar a PRF para impedir eleitores de Lula de votarem

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta segunda-feira (14) no inquérito que apura as blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno da eleição presidencial de 2022.

A oitiva, realizada por videoconferência a pedido da defesa, começou às 14h e durou cerca de duas horas. Torres respondeu a todas as perguntas dos investigadores.

Ele foi indiciado pela PF em agosto, assim como Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF. Segundo a corporação, ambos usaram as atribuições de seus cargos para impedir que eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem aos locais de votação.

Leia também

Isso porque a maior parte das operações em rodovias foi feita em estados do Nordeste, tradicional reduto petista e que deu vitória a Lula em 2022.

O indiciamento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), aponta evidências de crime de restrição ou impedimento do exercício de direitos políticos, com uso de violência física, em razão da procedência nacional dos eleitores.

Torres e Vasques negam as acusações.

O ex-ministro também está envolvido em outras investigações, incluindo sua possível participação nos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Durante buscas em seu apartamento, a Polícia Federal encontrou uma suposta ‘minuta do golpe’, documento que teria sido elaborado para uma tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.


Participe dos canais da Itatiaia:

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

Ouvindo...