O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que teve uma participação mais ‘tímida’ nas eleições municipais deste ano. Além da dificuldade em conciliar o trabalho de presidente com a rotina das campanhas eleitorais, Lula também esclareceu que, em muitos casos, preferiu manter-se neutro na disputa para evitar indisposições com partidos que o apoiam no Congresso Nacional.
“Eu sou presidente da República e tenho uma base no Congresso Nacional muito ampla. Tenho vários partidos na minha base nacional que estão disputando eleições, então eu falei: ‘Bom, eu não vou comprar uma briga numa cidade e depois, quando chegar no Congresso Nacional, ter o pessoal virando adversário’. Então, eu tomei uma atitude, o partido sabe disso, todo mundo sabe”, avaliou o presidente em entrevista à Rádio CBN de Fortaleza, nesta sexta-feira (11).
A ausência do presidente foi notada, inclusive, em campanhas nas quais ele próprio disse ter se dedicado, como é o caso de São Paulo, onde Guilherme Boulos (PSOL) disputa o segundo turno com o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nessa mesma entrevista, Lula fez uma avaliação da disputa na capital paulista e fez uma previsão favorável ao seu aliado na disputa, apesar da desvantagem no primeiro turno e do que apontam as pesquisas já divulgadas até agora.
“Toda vez que eu abro a boca pra falar, tenho que ter a noção de que preciso conquistar alguém. Então, o Boulos tem duas semanas, tem vários programas de televisão e vários debates para ele poder convencer as pessoas. E eu, se puder ajudá-lo, vou ajudá-lo a ganhar essa eleição, porque acho que ele pode fazer um bem muito grande para São Paulo”, disse Lula.