A votação do projeto de lei 911/2024, de autoria do vereador Wanderley Porto (PRD), que autoriza a instalação de painéis luminosos na área central de Belo Horizonte, foi marcada por uma pequena discussão entre o parlamentar e o vereador Pedro Patrus (PT), nesta quarta-feira (9), na Câmara Municipal de BH. Os dois discordaram do projeto, que foi aprovado em primeiro turno na Casa, com 34 votos favoráveis, 5 contrários e uma abstenção.
De acordo com Porto, o projeto será importante para trazer visibilidade e entretenimento para BH. “É uma forma que a gente pensa de trazer entretenimento para a cidade, trazer movimento, trazer turismo, inspirado, sim, em Times Square e tantos outros lugares que possuem esse atrativo. Então a gente pensa que Belo Horizonte também é uma capital importante no cenário mundial e que precisa também ter o seu momento ali, seu espaço adequado para isso”.
O texto do projeto autoriza a Praça Sete a receber a instalação de publicidade luminosa com painéis de LED. De acordo com Pedro Patrus, o projeto, se aprovado nos atuais moldes, será prejudicial à região.
“É uma poluição visual, uma agressão a arquitetura do centro da cidade. Ele quer transformar a Praça 7 em um grande centro luminoso sem nenhum tipo de discussão com a própria cidade, com patrimônio histórico, com moradores do centro. A gente não sabe o tamanho da luz que isso vai gerar. Então é um projeto que a gente assusta porque muito pouco discutido”, explicou.
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Wanderley e Bruno discutiram, por alguns minutos, no púlpito da Câmara sobre a viabilidade do projeto. Para o vereador do PRD, o colega defende o retrocesso da cidade. “Na verdade, o Pedro Patrus traz um olhar mais ideológico do que dentro daquilo que é a realidade da cidade. Ele defende muito o atraso. Na lei que reduz o fim das carroças de 2031 para 2025, que a gente aprovou aqui, ele também foi o maior opositor. Fica parecendo que ele quer uma Belo Horizonte como a chamada Roça Grande, que é o apelido de Belo Horizonte para várias cidades e estados”, disse.
Pedro Patrus, por sua vez, defende um maior diálogo e planejamento antes de avançar com o projeto. “Nós vamos ter que estudar, pensar em emendas e discutir mais, principalmente com o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, a Secretaria Municipal de Cultura e com a própria cidade, com as pessoas que habitam aquele espaço ali. Existem vários habitantes de todas as formas, inclusive a população em situação de rua, que às vezes está ali habitando, então isso tudo nós temos que discutir mais. Infelizmente no primeiro turno ele (o projeto) passou, mas nós vamos discutir mais, fazer emenda e discutir com a cidade o que é que ela quer”.
O projeto de lei 911/2024, aprovado em primeiro turno, agora passará por três comissões antes de voltar ao plenário da Casa.