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41% dos vereadores eleitos em BH são negros; número supera os 24% de 2020

Do total de 41 eleitos na capital mineira, 24 se autodeclaram brancos, 11 pardas e seis pessoas pretas

Vereadores aprovaram projeto que cria novos cargos na Câmara Municipal de BH

Nas eleições municipais de 2024, eleitores de Belo Horizonte (MG) foram às urnas e elegeram 41 vereadores e vereadoras para compor a Câmara Municipal.

Do total, 24 eleitos se autodeclaram pessoas brancas, 11 pardas e seis pessoas pretas. Dessa forma, somando pretos e pardos, são 17 vereadores negros – no conceito mais amplo de negritude, que inclui tanto pretos quanto pardos.

Esse número representa 41% dos assentos disputados em Belo Horizonte.

No entanto, em comparação com os resultados da eleição municipal anterior, a de 2020, há uma tendência de melhora na paridade de raça na casa legislativa municipal.

Isso porque em 2020 foram eleitos apenas 10 vereadores negros, o equivalente a 24% do total de cadeiras da Câmara Municipal.

Se autodeclararam pretos:

  • Iza Lourença (PSOL);
  • Wagner Ferreira (PV);
  • Loíde Gonçalves (MDB);
  • Helton Junior (PSD);
  • Cleiton Xavier (MDB);
  • Júlia Santos (PSOL).

Se autodeclararam pardos:

  • Uner Augusto (PL);
  • Irlan Melo (REPUBLICANOS);
  • José Ferreira Projeto Ajudai (PODE);
  • Claudio do Mundo Novo (PL);
  • Helinho da Farmácia (PSD);
  • Sargento Jalyson (PL);
  • Maninho Félix (PSD);
  • Rudson Paixão (SOLIDARIEDADE);
  • Dra Michelly Siqueira (PRD);
  • Leonardo Ângelo da Itatiaia (CIDADANIA);
  • Tileléo (PP).
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Atualmente, não existe uma lei municipal específica em Belo Horizonte que determine ou incentive a paridade racial diretamente na composição da Câmara Municipal.

Mas há algumas iniciativas e discussões sobre representatividade e equidade racial promovidas em âmbito federal.

A nível nacional, por exemplo, houve em 2020 uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinou a divisão proporcional dos recursos do Fundo Eleitoral e do tempo de propaganda eleitoral entre candidatos brancos e negros.

Embora essa decisão seja válida para todas as eleições no Brasil, ela é um mecanismo que pode impactar a composição racial dos eleitos, incluindo vereadores da capital mineira.

Além disso, vereadores podem apresentar propostas voltadas à promoção da igualdade racial, mas a obrigatoriedade de uma composição paritária ainda não é regulamentada em nível municipal.


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Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.