A construção da Linha 2 do metrô de BH, entre o bairro Nova Suíça e a região do Barreiro, vai desapropriar 343 famílias em Belo Horizonte.
O número consta em um balanço apresentado pela Metrô BH, concessionária responsável pelo transporte sobre trilhos da região metropolitana, em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)
No entanto, a Metrô BH ainda não informou se todas essas famílias serão levadas para imóveis custeados pela concessionária ou receberão indenizações.
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Até o momento, a empresa também não informou exatamente quanto cada família poderá receber pelas casas construídas às margens da linha do metrô.
Na audiência no parlamento mineiro, os moradores criticaram a falta de transparência no processo. As obras de ampliação começaram nesta semana. Apesar disso, representantes do moradores, Poliana Cristina Furtado, reclama da falta de informação.
“Para as famílias não mudo nada. Continuamos na luta, em busca de uma resposta. De quando, como e o que eles vão fazer com as famílias removidas. Não temos respostas. E essa é a angústia que atinge todos os moradores. As casas estão seladas e estamos aguardando desde o ano passado”, diz Poliana.
Valores indefinidos
Na audiência pública, deputados afirmaram que a concessionária apresentou no plano de remoção que vai reservar R$ 28,7 milhões para ser gasto com as indenizações.
Se dividir este valor por 343, que é o número de famílias que serão removidas, o valor pago, em média, por casa, seria de R$ 83 mil. No entanto, os moradores afirmam que não é possível encontrar imóveis na região da Gameleira com valores inferiores a 150 mil.
Nós levamos as dúvidas e críticas dos moradores para o governo de Minas. Questionado pela Itatiaia, o Secretário de Infraestrutura, Pedro Bruno, afirmou que a definição do valor por cada casa é responsabilidade da Metro BH, mas ressaltou que a conta feita pelos deputados pode sofrer alterações.
“O valor é feito em tratativas individualizadas. Depende de uma série de fatores dos imóveis. Da localização, se os imóveis estão em áreas regulares ou irregulares. Então, é um conjunto de parâmetros que é levado em conta pela concessionária”, disse o secretário.
A Metrô BH evita cravar valores de indenização. Em nota, a concessionária afirma que mantém reuniões periódicas com os moradores e ressalta que as negociações vão acontecer de acordo com o andamento da implantação da linha 2 do metrô.