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Decreto assinado por Lula cria Comitê para articular combate a incêndios florestais

Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo deverá discutir com os estados e municípios as ações de prevenção ao fogo e a implementação e impactos da mudança do clima

Brigadistas do Instituto Brasília Ambiental e Bombeiros do Distrito Federal combatem incêndio em área de cerrado próxima ao aeroporto de Brasília

Um decreto assinado nesta quarta-feira (11) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou o Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo. A medida pretende reunir a União, os estados e os municípios, além da sociedade civil, em um esforço conjunto para articular ações de prevenção e combate aos incêndios que assolam o país.

A criação do comitê estava prevista no Projeto na Lei sancionado em julho por Lula que instituiu a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. O texto, aprovado pelo Congresso Nacional, estabelece normas para reduzir a incidência e os danos dos incêndios florestais, além de discutir o efeito das mudanças do clima no meio ambiente.

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O Comitê será constituído com representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil, que terá direito a pelo menos um terço dos assentos no grupo. Os trabalhos serão presididos por um representante do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Momento de crise

A criação do Comitê, que ainda terá seus membros indicados, acontece em um momento preocupante no Brasil. Em meio a um período de seca histórica, o país enfrenta uma série de incêndios florestais.

Apenas nas últimas 24 horas, foram 5.132 focos de incêndio, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O órgão também aponta que entre janeiro e segunda-feira (09), o país registrou 164.543 queimadas. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), quase a totalidade desses focos são provocados pela ação humana - ou seja, são incêndios criminosos.

Na terça-feira (10), em reunião no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir as ações do governo federal no enfrentamento dessa crise, sobretudo no Pantanal e na Amazônia, o ministro Flávio Dino disse que o Brasil vive uma ‘epidemia’ de incêndios, e cobrou ações conjuntas entre os Três Poderes.

Após a audiência, Dino determinou que a União convoque mais bombeiros dos estados não diretamente atingidos pelos incêndios para combater as queimadas. Além disso, o governo também deverá realizar um mutirão da Polícia Federal e Polícias Civis e da Força Nacional para investigar as causas do surgimento de incêndios por ação humana.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio