Um dia antes de um ato político pelo impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro (PL) pediu a apoiadores que acompanhem seu discurso na avenida Paulista na tarde deste sábado (7).
O ex-presidente participou de uma motocarreata, uma caminhada e um comício do candidato do PL à Prefeitura de Juiz de Fora, o ex-deputado federal Charlles Evangelista, no centro da cidade. Há seis anos, Bolsonaro levou uma facada durante ato de campanha eleitoral na cidade da Zona da Mata mineira e relembrou a apoiadores o que aconteceu.
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Durante seu discurso, de cerca de 15 minutos, o ex-presidente prometeu falar sobre “fatos novos” durante o evento marcado para a avenida Paulista e, sem citar o nome de Moraes, fez críticas ao ministro do Supremo, a quem chamou de “obcecado por me perseguir”.
“Vamos na [avenida] Paulista falar que aquele ministro do Supremo Tribunal Federal nao dá mais. Ele não tem sensibilidade, não tem noção, age como um obcecado para perseguir a minha pessoa”, disparou Bolsonaro, que também disse que ele “brevemente, vai sair de lá".
“Ouso dizer que este elemento faz mais mal ao Brasil que Lula. E quando se fala em Lula, que fique bem claro: eu não passei a faixa a ele porque não passo a faixa para ladrão”, disse.
O ex-presidente disse ainda que não está preocupado com seu futuro e que, se não tivesse deixado o Brasil antes do término do seu mandato, teria sido preso após os atos golpistas de 8 de janeiro.
“Quando daqui saí, em 30 de dezembro de 2022, algo me aconselhou a agir daquela maneira, pressentia que algo estava para acontecer. Se tivesse ficado aqui no dia 8 de janeiro teria sido preso e até hoje estaria preso, ou melhor já estaria morto. O sistema não me quer preso, me quer morto”, completou.
Seis anos após facada
O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou, neste 6 de setembro, ao cruzamento das ruas Batista de Oliveira e Halfeld, na região central de Juiz de Fora, onde sofreu um atentado em 2018. Ele relembrou o episódio durante seu discurso nesta sexta-feira (6) e revelou que almoçou com médicos que o atenderam na Santa Casa de Juiz de Fora, após o ataque.
"É uma alegria muito grande voltar à cidade onde eu renasci. Agradeço a Deus pela segunda vida e, depois, aos médicos e enfermeiros da Santa Casa de Juiz de Fora”, afirmou
“Hoje, por ocasião de um rápido almoço com médicos que me atenderam na Santa Casa, eles me dizem que ficaram perplexos como a faca entrou exatamente naquele lugar. Se fosse poucos milímetros para um lado ou outro, eu teria partido. (...) aconteceu o improvavel dado a gravidade dos ferimentos”, afirmou.