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Governo de Minas autoriza mineradora a operar por seis anos na Serra do Curral, na Grande BH

A empresa Fleurs Global Mineração Ltda. já foi multada 17 vezes por irregularidades ambientais; Semad classifica empreendimento como de grande porte e grande potencial poluidor

Decisão autoriza a concessão de licenças ambientais a mineradora que atua na Serra do Curral

O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) autorizou que a mineradora Fleurs Global opere na Serra do Curral, na região metropolitana de Belo Horizonte, por seis anos. A concessão da licença foi decidida em uma reunião do órgão, realizada no dia 26 de julho, e publicada no Diário Oficial do Governo de Minas nesta sexta-feira (2).

Segundo o documento, foi concedida uma Licença de Operação Corretiva (LOC), que é dada quando o requerimento da licença ambiental é feito quando o empreendimento ou atividade já está na fase de instalação ou de operação. Ainda segundo o Copam, a operação da mineradora nas cidades de Raposos, Nova Lima e Sabará é de classificação 6 - o que significa que é um empreendimento de grande porte e grande potencial poluidor.

A licença concedida pelo Copam abrange a Unidade de Tratamento de Minerais (UTM), com tratamento a seco; a Unidade de Tratamento de Minerais (UTM), com tratamento a úmido; pilhas de rejeito/estéril de minério de ferro; postos revendedores, postos ou pontos de abastecimento, instalações de sistemas retalhistas, postos flutuantes de combustíveis e postos revendedores de combustíveis de aviação.

O documento ainda cita que a licença foi concedida mediante a condicionantes, que não foram especificadas pelo órgão.

A reportagem entrou em contato com a mineradora e o Governo de Minas, e aguarda posicionamento.

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Mineradora já teve operações suspensas

A Fleurs Global Mineração Ltda. atua em uma área de 79 hectares, próxima à Serra do Curral e às margens do Rio das Velhas, desde 2018. Em dezembro de 2022, a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais suspendeu o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que permitia a operação da mineradora. O TAC permitia que a empresa operasse em caráter provisório, até que finalizasse o processo de regularização para a obtenção da Licença Ambiental necessária.

Em janeiro de 2023, a Justiça determinou que o Governo do Estado suspendesse o cancelamento do TAC, permitindo que a Fleurs Global voltasse às suas operações. Em março deste ano, o Ministério Público de Minas Gerais pediu à Justiça a suspensão imediata das atividades da mineradora.

Na ação pública, o MP pedia além da suspensão das atividades, que todo o processo de licenciamento ambiental fosse anulado e que a empresa tivesse que pagar por uma indenização de R$ 30 milhões por danos morais e ambientais coletivos.

Os promotores responsáveis pelo caso afirmavam que desde o início das operações a empresa registra várias irregularidades ambientais. Em pouco mais de cinco anos, a Fleurs havia sido multada 17 vezes por captação irregular de água na região, remoção de vegetação nativa da Mata Atlântica, entre outros problemas.

O pedido foi acatado pela Justiça inicialmente, mas foi revogado em seguida.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.