O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou o pedido de licença de operação da Fleurs Global Mineração, às margens do Rio das Velhas, na divisa entre Raposos, Nova Lima e Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. A votação ocorreu nesta sexta-feira (26) e terminou com nove votos favoráveis, um contrário e duas ausências.
A reunião foi conduzida pelo presidente da Câmara de Atividades Minerárias, Yuri Trovão, e durou cerca de sete horas. O voto contrário foi do representante do Instituto Heleno Maia de Proteção a Biodiversidade (IHMBio). Outros nove conselheiros presentes votaram pelo licenciamento da mineração e dois se abstiveram.
Beneficiamento de minério
O processo no CMI (SLA 284/2022) teve início em junho, quando conselheiros representantes do IHMBio, da Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta, do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais (Sindiextra) e do Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (Ciemg) solicitaram que fosse revista uma decisão da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam)
O Instituto Guaicuy protocolou um mandado de segurança contra a Feam na tentativa de retirar o processo de pauta. A entidade afirmou que houve violação do processo administrativo devido à falta de respostas a mais de setenta questionamentos sobre atividade durante uma audiência pública.
Em resposta à reportagem da Itatiaia, a Feam afirmou que a licença se refere a uma UTM (Unidade de Tratamento de Minério), “não se tratando de mineração”.
A Feam afirma que o empreendimento, localizado no município de Raposos, “não está inserido nos limites da Serra do Curral”. Por isso, sugeriu ao Copam o deferimento da Licença de Operação Corretiva para a Fleurs, “considerando que o empreendimento comprovou, na instrução do processo, os cumprimentos dos requisitos normativos e técnicos para evitar, mitigar ou compensar os impactos ambientais decorrentes da atividade”.
“Tira o Pé da Minha Serra”
Setores da sociedade civil se organizam em campanhas para protestar contra a atuação da Fleurs Global,
Nas redes sociais, nomes da esquerda como a pré-candidata à prefeitura de Belo Horizonte, Duda Salabert, demonstraram indignação com o resultado, alegando que a empresa atua irregularmente em área protegida.