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Cármen Lúcia assume o comando do TSE nesta segunda e enfrenta como desafios IA e fake news

Com um perfil discreto, a ministra assume o lugar de Alexandre de Moraes no comando do TSE, enfrentando como desafios o combate às fake news e a atenção voltada para a inteligência artificial nas eleições

Cármen Lúcia toma posse como presidente do TSE pela segunda vez

Toma posse nesta segunda-feira (3), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a nova presidente, ministra Cármen Lúcia. Essa é a segunda passagem dela pela presidência do tribunal.

Doze anos após a primeira gestão à frente da Justiça Eleitoral, Cármen Lúcia terá novamente o desafio de comandar o órgão diante de eleições municipais, como ocorreu em 2012. À frente do TSE, Cármen Lúcia terá pela frente a tarefa de dar sequência aos trabalhos do ministro Alexandre de Moraes, sobretudo no que diz respeito ao combate às “fake news” e ao uso da inteligência artificial (IA) nas campanhas políticas.

Cármen Lúcia e Moraes possuem perfis diferentes. No entanto, na avaliação do advogado Alexandre Rollo, especialista em Direito Eleitoral, ambos realizam trabalhos que se assemelham nesse aspecto.

“A ministra Carmen Lúcia vai trazer uma postura mais discreta à frente da justiça eleitoral. Não que isso vai representar qualquer tipo de abrandamento ou afrouxamento das regras. Eu penso que o TSE vai continuar decidindo da mesma forma na grande maioria dos temas. Já há, inclusive, uma jurisprudência consolidada, mas os dos ministros Carmen Lúcia e Alexandre de Moraes são realmente mais diferentes. O ministro Alexandre de Moraes é um pouco mais barulhento, digamos assim, e a ministra Carmen Lúcia é mais discreta, então acho que a tendência que o TSE nesses próximos dois anos passe a ter uma gestão um pouco mais realmente discreta”, disse Rollo.

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Ainda na vice-presidência do TSE, em fevereiro deste ano, a magistrada foi responsável pela aprovação de uma série de resoluções que restringiram o uso de inteligência artificial (IA) nas eleições e estabeleceram uma espécie de regulamentação das redes na disputa eleitoral.

Segundo o especialista em direito eleitoral, as chamadas “deepfakes” devem ser a grande preocupação da ministra nessa gestão. “O principal desafio que vai ser enfrentado pelo TSE e pela justiça eleitoral como um todo para essas eleições de 2024, na minha opinião, serão as deepfakes. Uma situação bastante grave. Há empresas especializadas em deepfake, por exemplo, na Índia, e a tendência é que estas deepfakes entrem pela internet no Brasil e sejam o tema do momento, infelizmente, nas eleições municipais de 2024".

Trajetória de Cármen Lúcia

Antes de assumir a presidência, Cármen Lúcia atuou como vice-presidente do TSE durante a gestão de Alexandre de Moraes. Assim como seu antecessor, ela também defende uma atuação focada no combate às fake news e na regulação das redes sociais para combater a disseminação de discursos de ódio.

Ainda na vice-presidência, em fevereiro, a magistrada foi responsável pela aprovação de uma série de resoluções que frearam o uso de inteligência artificial (IA) nas eleições e estabeleceram uma espécie de regulamentação das redes na disputa eleitoral ao colocar provedores de internet e redes sociais como co-responsáveis por crimes na internet quando não obedecerem ordens para remoção imediata de conteúdos.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio
Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.