O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escalou os ministros da articulação política do Palácio do Planalto, Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil, para uma intervenção pelo adiamento da sessão do Congresso Nacional, inicialmente marcada para ocorrer nesta quarta-feira (24) à noite.
Os governistas triunfaram minutos antes do horário previsto para começar a sessão conjunta dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que analisariam um pacote de vetos da presidência da República. A pauta continha o veto à lei das saidinhas, dado como derrota certa para Lula, e também aquele que barrava a liberação de R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares.
Esse e outros vetos atrelados à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e à Lei Orçamentária Anual (LOA), baixados no ano passado pelo petista, eram o grande entrave entre aliados, os partidos ligados ao Centrão e a oposição.
Desde o início da manhã, a realização da sessão era tratada como incerta no Senado Federal. Entretanto, na Câmara dos Deputados, os parlamentares pareciam dispostos a pôr os vetos em xeque. A articulação aconteceu durante todo o dia na residência oficial do Senado, onde mora o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Por ali passaram os ministros Rui e Padilha, os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Weverton Rocha (PDT-MA) e Eduardo Braga (MDB-AM) — todos eles líderes das bancadas de seus partidos — e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da maioria na Câmara. Também estiveram na residência oficial os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP).
Antes do presidente Pacheco decidir, oficialmente, pelo cancelamento da sessão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se manifestou publicamente contra eventual mudança na data da análise dos vetos. “A Câmara estava pronta para votar os vetos”, afirmou. “Na minha opinião, é muito ruim que ela não aconteça”, acrescentou.
Pacheco, entretanto, avaliou que não havia condições propícias para a realização da sessão. “Seria muito ruim entrarmos para uma sessão do Congresso Nacional em relação a diversos temas que vão ser tratados. Agora, definiremos uma data inadiável com o compromisso de que todos os líderes tentem encontrar o máximo de convergência”, pontuou.
Segundo ele, a sessão acontecerá entre os dias 7 e 9 de maio, sem possibilidade de um novo cancelamento.