O Grupo EPR, que encabeça o consórcio vencedor do leilão da BR-040, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, na Zona da Mata, rebateu, nesta sexta-feira (12), críticas de deputados estaduais. A empresa tem sido alvo de parlamentares da Assembleia Legislativa por causa da gestão de rodovias localizadas no Sul e no Triângulo Mineiro.
Segundo a empresa, a atuação em Minas tem seguido o cronograma previamente estabelecido. A concessionária afirmou ter “compromisso com o desenvolvimento” do estado e disse apostar em um serviço de desconto no pedágio nas regiões onde atua.
“Nossas operações em andamento, EPR Triângulo e EPR Sul de Minas, estão seguindo o cronograma estabelecido, com revitalização das rodovias, medidas de segurança e serviços de apoio aos motoristas. Oferecemos o Desconto de Usuário Frequente (DUF) para pagamentos via tag, visando reduzir as tarifas ao longo do mês. Mantemos uma comunicação transparente com autoridades e partes interessadas, apresentando planos de melhoria e fornecendo esclarecimentos quando necessário”, lê-se em nota enviada à Itatiaia.
O Consórcio Infraestrutura MG será responsável pela BR-040 nos próximos 30 anos. O grupo venceu a disputa após oferecer
Críticas de deputados
No Sul de Minas, a EPR administra rodovias que passam por cidades como Poços de Caldas, Pouso Alegre e Itajubá. O pedágio custa R$ 9,20 para carros de passeio e R$ 4,60 para motos.
Segundo o deputado estadual Professor Cleiton (PV), há problemas, sobretudo,
“A gente já conhece a empresa por conta das concessões que ela tem no Sul de Minas. Concessões essas que foram feitas mediante contrato leonino, com obras atrasadas, que não justifica os preços abusivos dos pedágios que essa empresa, em comum acordo com o estado de Minas tem praticado em algumas vias. O contrato só é bom para a própria empresa. Espero que,no contrato feito pela União ela tenha tido a responsabilidade de não permitir que os erros adotados pelo governo Zema possam também se estender à BR-040", disse.
No Triângulo Mineiro, também há reclamações contra o grupo EPR, responsável por administrar rodovias como a BR-365, BR-452, MG-190, MG-427, MG-452, em localidades Uberaba, Uberlândia e Araxá. As tarifas de pedágio são de R$ 12,70 para carros de passeio e R$ 6,25 para motocicletas. Por lá, a deputada Lud Falcão (Podemos) afirma que a empresa cobra um pedágio alto e não presta um serviço de boa qualidade.
“Esse contrato é fruto de uma modelagem feita no ano de 2022, infelizmente, não gera nenhuma segurança para todos que trafegam nessa importante rodovia. O pedágio é muito alto, a gente acompanhou de perto mais de 200 buracos catalogados e não vimos o reparo sendo feito em 24 horas, como o contrato estebelece”, ressaltou a parlamentar.
Otimismo na BR-040
Em outra frente, os governos de Minas e federal estão otimistas com os novos rumos da BR-040. Após o leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), afirmou que serão investidos R$ 8,7 bilhões na rodovia - com previsão de duplicação de 160 quilômetros e a construção de 40 quilômetros em faixas adicionais.
O leilão da BR-040 ocorreu após um cenário de incertezas que vem se arrastando há cerca de sete anos. Desde 2014, a gestão cabe à concessionária Invepar, dona da Via 040. Três anos depois de assumir o controle da pista, a companhia propôs, ao governo federal, uma rescisão amigável do acordo.
A empresa afirmou que ocorreu uma redução no volume de veículos que passam na rodovia e dificuldades em conseguir licenças para fazer as obras exigidas em contrato.