O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (6) que está otimista em relação a um desfecho positivo das negociações entre o Mercosul e a União Europeia, que se arrastam há mais de duas décadas. Existia a expectativa de o acordo, entre os dois blocos, ter sido assinado no segundo semestre de 2023, quando Lula estava na presidência rotativa do Mercosul, mas a França impediu a assinatura do acordo. “O que acontece é que a França, já há muito tempo, não é de hoje, traz um problema com relação aos seus produtores agrícolas. A minha tranquilidade é que, segundo informações, a União Europeia não depende do voto da França para fazer o acordo. A União Europeia tem procuração para fazer o acordo. A França pode não gostar, mas paciência, a França faz parte da União Europeia”, afirmou o presidente.
O discurso foi feito no Palácio do Planalto, após um encontro bilateral entre Lula e o presidente da Espanha, Pedro Sanchez. Ao ser questionado por uma jornalista sobre a possibilidade de as tratativas terem recuado, Lula disse que houve um equívoco na pergunta por entender que os dois blocos avançaram, como nunca antes, para concluir as negociações. O presidente disse, ainda, que o Mercosul está pronto para selar o acordo. “Eu lamentei, profundamente, que o acordo não tenha sido firmado quando o presidente Pedro Sanchez era presidente da União Europeia, e eu era presidente do Mercosul. Foi uma falta de oportunidade, mas eu penso que ele ainda está na presidência e eu estou na presidência, e nós ainda vamos assinar esse acordo pelo bem do Mercosul e pelo bem da União Europeia. A União Europeia precisa desse acordo, e o Mercosul precisa desse acordo”, destacou Lula.
Ainda em seu discurso, Lula disse que o acordo precisa ser fechado para que seja dado um sinal positivo para o mundo. “Não é mais uma questão de querer ou não querer, de gostar ou não gostar. Nós chegamos a uma situação em que nós precisamos politicamente, economicamente e geograficamente fazer esse acordo. Nós precisamos dar um sinal para o mundo de que nós queremos andar para frente. Por isso, estou otimista”, concluiu Lula.
O presidente da Espanha, Pedro Sanchez, disse que compartilha das mesmas opiniões de Lula, e afirmou que a Europa aprendeu, com a guerra na Ucrânia, que é preciso buscar novos parceiros. “Para o Mercosul seria ótimo ter um acordo com a União Europeia, e para a União Europeia seria espetacular ter um acordo com o Mercosul. A princípio, nós não somos o problema e vamos trabalhar juntos para atingir esse acordo que, sem dúvida alguma, irá promover uma mudança na geopolítica global. Isso porque não só seria criada a maior área de intercâmbio comercial do mundo, mas seriam unidas duas regiões que possuem visões muito interessantes para enfrentar desafios globais de democracia, respeito aos direitos humanos, igualdade de gênero, mudanças climáticas e o desenvolvimento inclusivo de nossas sociedades”, avaliou Pedro Sanchez.
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