O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército durante o governo de Jair Bolsonaro, depôs à Polícia Federal por quase 8 horas na sexta-feira (01), respondendo a todos os questionamentos feitos pelos investigadores que apuram uma suposta trama para anular as eleições de 2022 e manter o ex-presidente no poder.
O depoimento ocorreu na sede da Polícia Federal, em Brasília, e, de acordo com as provas obtidas até o momento, o general seria uma peça-chave na investigação, uma vez que ele teria participado da reunião no Palácio da Alvorada onde supostamente foi discutido o plano de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
O militar é apontado pelas conversas de WhatsApp e depoimentos colhidos até agora como um dos representantes do Exército Brasileiro que não teria aderido à ideia de uma tentativa de golpe de Estado. Por conta disso, foi alvo da pressão de aliados.
O candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022, general Braga Netto, ficou revoltado com a falta de adesão das Forças Armadas ao golpe e chamou Freire Gomes de “cagão”, em mensagens extraídas do celular do ex-major Ailton Barros. Ambos são investigados pela Polícia Federal.
Segundo a Polícia Federal, Freire Gomes foi ouvido na condição de testemunha. Ele é citado na investigação pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e outros investigados pela PF. O conteúdo do depoimento é mantido sob sigilo e nem mesmo os advogados tiveram acesso à cópia do que foi dito pelo ex-comandante do exército.
Entenda o caso
De acordo com a investigação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Bolsonaro e seu grupo político, incluindo ex-integrantes do governo e militares de alta patente no Exército, arquitetaram uma tentativa de golpe de estado para impedir a vitória e, posteriormente, a posse do então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro e aliados foram alvos da Operação Tempus Veritatis, no dia 8 de fevereiro. Na ocasião, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão.
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