O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou ter tratado sobre a disputa territorial por Essequibo na reunião com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, nesta quinta-feira (29). O petista também adiantou que não abordará o conflito no encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, marcado para sexta-feira (1°).
“Não discutimos a questão de Essequibo. Por que não discutimos? Porque não é o momento de discutir. Era uma reunião unilateral para discutir desenvolvimento e investimentos. Mas, o presidente Irfaan sabe, como também sabe o presidente Maduro, que o Brasil está disposto a conversar com eles quando for necessário”, afirmou após o encontro com Ali. “Não pretendo discutir com Maduro. A hora que eles quiserem marcar uma reunião, o Brasil estará disposto a participar. O Brasil entende que o mundo não comporta mais atritos, o mundo precisa encontrar a paz”, acrescentou o petista.
A tensão histórica entre Guiana e Venezuela escalou em dezembro, quando Nicolás Maduro impôs a realização de um referendo para medir a opinião pública venezuelana sobre a anexação da região de Essequibo, hoje pertencente à Guiana. O território é reivindicado pela Venezuela há um século e é rico em minerais e depósitos de petróleo. A posição de Maduro suscitou a reação das lideranças internacionais, que condenaram as intenções do presidente venezuelano.
Frente o risco de conflito armado entre os dois países, o Brasil propõe ser um mediador, segundo defende Lula. “O Brasil vai se empenhar para que as coisas aconteçam com tranquilidade. A única coisa que tenho certeza é que a violência não resolverá o problema, criará outros”, afirmou nesta quinta-feira. “Vamos trabalhar para que esse assunto continue sendo motivo de muita conversa e que a gente possa encontrar uma solução amigável”, pontuou.
O presidente Lula embarcou para Georgetown, capital da Guiana, nesse quarta-feira (28). Ali, ele participou do encerramento da 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom). Até sexta-feira (1°), Lula cumpre agendas internacionais; e depois de se reunir com o presidente Irfaan Ali, se encontrará também com o venezuelano Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas.
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