O início do desfile da Inocentes de Belford Roxo, que passou pela Marquês de Sapucaí na madrugada deste sábado (10), teve contornos políticos. O presidente da escola, Reginaldo Gomes, chamou de “ditador” o prefeito de Belford Roxo,
“Para o prefeito ditador de Belford Roxo, vamos dar a resposta hoje. Vamos buscar esse título”, disse Reginaldo, antes de passar o microfone para o intérprete da escola, Thiago Brito, começar a cantar o samba de enredo sobre pinturas feitas pelo artista francês Debret.
A diretoria da Inocentes de Belford Roxo diz que a briga com Waguinho fez com que a escola fosse despejada do galpão onde preparava as fantasias para o Carnaval. Segundo Reginaldo, a escola ainda foi proibida de ensaiar na cidade e teve de buscar abrigo em Mesquita, município vizinho.
“A Inocentes foi perseguida em Belford Roxo. A Inocentes foi proibida de ensaiar em Belford Roxo. A Inocentes sofreu, nesses últimos meses, todo o tipo possível de covardia”, protestou Reginaldo.
A esposa do prefeito, Daniela Carneiro, tem, como nome político, o apelido “Daniela do Waguinho”. Ela chegou a ser ministra do Turismo
Briga política
Reginaldo Gomes é próximo do deputado Márcio Canella (União Brasil), que rompeu com Waguinho A reboque da divergência, o presidente da Inocentes foi exonerado do posto de secretário municipal de Habitação e Urbanismo.
“Tivemos muitas dificuldades neste ano. Tivemos muitos problemas pela questão política de Belford Roxo. Conseguimos aprender com isso e vamos dar uma resposta àqueles que perseguiram a escola durante esses meses”, protestou o presidente da escola.
Antes do início do desfile, Reginaldo Gomes utilizou o sistema de som da Sapucaí para render elogios a Canella, a quem mandou um abraço. “‘Márcio Canella, papo reto não faz curva. Vamos estar contigo até o final”, falou.
A reportagem acionou a Prefeitura de Belford Roxo para comentar a acusação de “ditador” feita a Waguinho por Reginaldo Gomes. Se houver reposta, este texto será atualizado.
Durante a semana, ao jornal “Extra”, o poder Executivo municipal negou que a saída da agremiação do galpão que sediava o ateliê de fantasias tenha conexão política.
“O terreno que era ocupado pela escola de samba (...) é de propriedade do município (...). No entorno da área foram erguidos condomínios residenciais, e a prefeitura estuda a construção de um complexo educacional e uma grande área de lazer no local”, aponta o texto.
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