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Valdemar Costa Neto enfrenta segunda prisão em 10 anos; relembre a trajetória

Presidente do PL foi condenado por envolvimento no escândalo do mensalão, quando era aliado de Lula; agora, correligionário de Bolsonaro, enfrenta nova investigação

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, seguirá preso por porte ilegal de arma de fogo

Pela segunda vez em pouco mais de 10 anos, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, está atrás das grades. O político, que acumulou seis mandatos como deputado federal e foi condenado por envolvimento no escândalo do Mensalão - época em que fazia parte da base de sustentação do primeiro mandato de Lula no Congresso Nacional -, agora, voltou à prisão por posse de arma ilegal.

O líder do PL, que dormiu na carceragem da Polícia Federal (PF) entre esta quinta e sexta-feiras, passou por audiência de custódia e vai permanecer preso.

Costa Neto foi um dos alvos de uma operação contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (8). Conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da Polícia Federal (PF), armas, munições, dispositivos eletrônicos e outros materiais deveriam ser apreendidos nos endereços ligados ao político. Uma pepita de ouro de 39 gramas (e avaliada em R$ 11,6 mil) foi encontrada em sua casa e passará por investigação.

Embora a decisão de Moraes não autorizasse, a princípio, a prisão de Costa Neto, os agentes da PF o prenderam em flagrante ao encontrar uma arma sem registro e no nome de uma terceira pessoa, em sua posse.

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Prisão no Mensalão

O nome de Valdemar Costa Neto esteve envolvido no episódio do Mensalão desde o início, em 2005, quando o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) citou seu nome, em uma entrevista, como partícipe em um esquema de compra de votos na Câmara dos Deputados. Costa Neto chegou a processar o petebista por crimes de calúnia, injúria e difamação.

A exposição levou Costa Neto a renunciar a seu mandato em agosto de 2005. Ele renunciaria, ainda, uma segunda vez a seu mandato de deputado federal, em dezembro de 2013, no mesmo dia em que saiu sua sentença no julgamento do Mensalão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Condenado por corrupção passiva, Valdemar foi acusado de receber R$ 8,8 milhões para votar a favor dos projetos de interesse do governo federal.

Ele ficou preso por menos de um ano e, em 10 de novembro de 2014, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, autorizou sua progressão para o regime domiciliar. Um ano depois, o decreto de indulto natalino assinado pela presidente Dilma Rousseff (PT), beneficiou uma série de apenados, dentre eles, Valdemar Costa Neto, que foi perdoado do restante de sua pena.

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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.