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Vereadores de BH divergem sobre solução para passagem de ônibus para 2024

Ainda não há previsão sobre manutenção ou aumento da tarifa que, atualmente, é de R$ 4,50

Ainda não há previsão sobre manutenção ou aumento da tarifa de ônibus em Belo Horizonte para 2024

Vereadores divergem sobre a possibilidade de alteração no preço da passagem de ônibus em Belo Horizonte no ano que vem. Alguns fatores causam apreensão sobre o assunto, entre eles o déficit de R$ 180 milhões previsto pelo Orçamento de 2024 e indefinições sobre o formato de subsídio do transporte público. De um lado, há vereadores que defendem a tarifa zero na cidade, ou seja, que a passagem seja gratuita a todos os usuários.

“A gente tem que entender que é um caminho sem volta a gente manter congelada a tarifa de ônibus e caminhar para a Tarifa Zero. Eu digo de forma muito clara, que 25 municípios no estado de Minas Gerais, incluindo Mariana, aqui pertinho, e Ibirité, que já implantaram o sistema. E é possível, de uma forma muito simples: as empresas, em vez de depositarem o vale-transporte para os seus trabalhadores, podem transferir o recurso para um Fundo Municipal, gerido pela prefeitura, que vai custear o sistema de transporte urbano na cidade de Belo Horizonte”, defende o vereador Bruno Pedralva (PT).

De acordo com o parlamentar, é “preocupante” que incorporar o custo do sistema de transporte ao orçamento municipal.

"É preocupante, sim, a gente ficar só incorporando o custo da passagem, o custo de todo o sistema dentro do orçamento municipal, sem ampliar o orçamento. Afinal, a prefeitura tem que gastar com saúde, educação, assistência social, políticas públicas para a cidade de Belo Horizonte. A saída para isso é que os empregadores consigam financiar esse sistema e é possível pelas contas que a gente faz junto com assessorias externas e especialistas”, explica.

Já o líder de governo, vereador Bruno Miranda (PDT), acredita que a base governista vá buscar manter o congelamento do valor. Mas se houver aumento, buscaria o menor possível.

“Essa questão da passagem de ônibus é uma prerrogativa do prefeito, junto com a Sumob [Superintendência de Mobilidade Urbana], que estão fazendo as contas para manter o sistema de transporte coletivo dentro dessa proposta de melhoria, do aumento do número de viagens e mais ônibus nas ruas, conforme tem sido entregue pela prefeitura. A expectativa é de que não haja aumento, a gente torce para que esse aumento não aconteça, mas caso não seja possível segurar, que ele seja o mínimo possível, para onerar o mínimo possível o trabalhador de Belo Horizonte”, espera.

O pedetista, no entanto, descartou que a passagem será elevada de R$ 4,50 para R$ 7,00.

“Esse aumento de R$ 7 está fora de cogitação e o próprio prefeito já disse isso. A intenção é que, se tiver que pensar em algum reajuste, que seja o menor possível”, diz.

Por outro lado, a vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo) diz que não é possível falar sobre qualquer valor de passagem, sem números precisos sobre o custo do transporte público.

“Eu não vejo como falar em aumento ou manutenção no preço da passagem sem saber o real custo do sistema. Tem uma ação judicial, que foi inclusive requisitado daquele primeiro subsídio, para que fosse feita uma auditoria nas contas do sistema. E essa ação está parada e ninguém quer saber os números do sistema. A Câmara Municipal, sem os votos do Novo, autorizou um subsídio de mais de R$ 500 milhões com o discurso de que ia manter o sistema e a passagem em R$ 4,50 e nenhuma das situações aconteceu. É um sistema que não se tem controle, que não tem planejamento, que não se sabe dos números, inclusive daí a importância do projeto de bilhetagem independente. Vou ficar no aguardo para saber qual postura tomar a partir do momento em que for aumentada a passagem ou não, porque se a gente não mudar a forma de calcular o sistema, a gente vai continuar colocando dinheiro em um sistema falido”, afirma.

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.