Após voltar de uma agenda internacional longa e intensa, com passagens por três países (Arábia Saudita, Qatar e Alemanha), o presidente Lula volta as atenções para as questões internas do Brasil e a prioridade é a tragédia social e ambiental em Maceió, capital de Alagoas, que tem cinco bairros com risco de afundar devido às perfurações feitas há décadas pela Braskem. Na terça-feira, o presidente se encontra com lideranças políticas do estado, entre elas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
O encontro, que está previsto para ocorrer às 9h30, no Palácio do Planalto, acontece às vésperas da instalação da CPI da Braskem no Senado. Além de Lira e Calheiros, também estarão na reunião o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PP), o governador Paulo Dantas (MDB), o ministro Renan Filho (Transportes), os senadores alagoanos Rodrigo Cunha e Fernando Farias, e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
Nos bastidores, o governo ainda age para tentar encontrar uma solução alternativa à CPI, cujos membros já foram indicados pelos partidos. A primeira reunião da Comissão está marcada para ocorrer logo após a agenda no Planalto.
Embate político
Um dos motivos para o governo federal não apoiar a CPI da Braskem no Senado é o fato de que a comissão expõe as disputas políticas alagoanas em nível nacional, o que pode causar problemas para o Planalto, que tenta se equilibrar em busca de apoio no Congresso Nacional.
Calheiros é aliado do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB-AL), enquanto Lira, seu rival histórico, é próximo do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), que esteve em Brasília (DF) na semana passada, em busca de apoio federal nas agendas que não contaram com a presença do governador.
Nesta segunda-feira, Renan Calheiros