O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, subiu o tom contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), durante participação, nesta terça-feira (5), em audiência pública na Câmara dos Deputados. A discussão começou depois que o deputado afirmou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), se declarou branco, em 2014, na eleição ao governo do Maranhão, e que, em 2018, na reeleição se declarou pardo, e que jornais de grande circulação citaram que Dino pode ser o quinto negro na história do STF. “Flávio Dino é um negro fake ou existem negros trans, que conforme o dia que eles acordam, podem se declarar negros ou não?”, indagou o deputado.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, afirmou que o deputado faltou com respeito aos negros. “Sobre os termos usados pelo deputado, como “negro trans” e ”negro fake”, só acho que o deputado deveria ter mais respeito à questão racial. O deputado demonstra que não tem o menor respeito pela questão racial, não tem o menor respeito pelos negros brasileiros, porque, se tivesse, não falaria dessa maneira”, afirmou Silvio Almeida. O deputado rebateu. “E o Lula, tem? O Lula tem respeito?”, questionou Eduardo Bolsonaro. O ministro continuou o questionamento. “O que eu posso dizer é que o senhor não tem. O senhor não está me respeitando no momento. Eu peço que me respeite. Por que essa pergunta ofensiva dirigida a mim, tem algum motivo para isso?”, indagou o ministro.
Os ânimos foram acalmados pela presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, deputada Bia Kicis (PL-SP), que afirmou que não houve falta de respeito por parte do deputado Eduardo Bolsonaro. Veja, abaixo, o momento da discussão:
As comissões de Comissão de Fiscalização Financeira e Controle; e de Segurança Pública realizam a audiência pública, com o ministro Silvio Almeida, atendendo a requerimento de nove deputados de oposição ao governo: Kim Kataguiri (União-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carlos Jordy (PL-RJ), Marcos Pollon (PL-MS), Junio Amaral (PL-MG), Helio Lopes (PL-RJ), Adriana Ventura (Novo-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Gilson Marques (Novo-SC).
O ministro foi convidado para falar sobre o pagamento de passagens e diárias para Luciane Barbosa Farias, esposa de um suposto líder do Comando Vermelho no Amazonas, que participou de agendas no Ministério da Justiça e Segurança Pública, este ano, com passagens e diárias pagas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.