A COP 28, em Dubai, começa nesta quinta (30) com um apelo desesperado das autoridades para intensificação e aceleração das ações coletivas para conter as mudanças climáticas. Mais de 160 líderes mundiais participam do evento que termina no próximo dia 12. O ano mais quente da história da humanidade, segundo a Organização das Nações Unidas, é resultado de uma crise causada pelo comportamento humano e que provoca estragos sem precedentes.
Não está no bom caminho
O momento é considerado decisivo para prevenir impactos piores. Na edição deste ano, da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, será concluído o primeiro “balanço global” sobre a implementação do Acordo de Paris de 2015, que estabeleceu ações para limitar o aumento da temperatura do planeta em, no máximo, 1,5° até o final do século. As conclusões preliminares apontam que ‘o mundo não está no bom caminho’ para cumprir a meta, segundo material divulgado pela ONU.
Um relatório publicado recentemente pela Organização das Nações Unidas mostra que os planos nacionais de ação climática, conhecidos como Contribuições Determinadas a Nível Nacional (NDC), reduziriam coletivamente em 2% as emissões de gases com efeito de estufa entre 2019 e 2030, enquanto o ideal seria uma redução de 43%.
Miragem no deserto
A partir do balanço global, os países vão se preparar para apresentar os planos revistos até 2025. Para perseguir a meta, será necessário acelerar cortes nas emissões e viabilizar apoio e financiamento para essas ações. “A realidade é que, sem muito mais financiamento fluindo para os países em desenvolvimento, uma revolução nas energias renováveis continuará a ser uma miragem no deserto. A COP28 deve transformá-la em realidade”, afirma o Secretário Executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell.
O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, desembarca em Dubai nesta quinta, às 17h50, após a abertura do evento. Nos dois últimos dias, o brasileiro cumpriu agenda de investimentos na Arábia Saudita e no Catar.