O Ministério da Justiça solicitou à Polícia Federal que apure o teor e a autoria de mensagens ofensivas e ameaças que os brasileiros e familiares palestinos que foram repatriados da Faixa de Gaza estão recebendo na internet. O pedido é da Secretaria Nacional de Justiça, que coordena a operação de acolhimento do grupo de 32 pessoas que deixou a zona de conflito entre o Hamas e Israel nesta semana.
Um dos alvos na internet é o brasileiro-palestino Hasan Rabee, que relata ter recebido, ao menos, 200 ameaças em redes sociais desde que chegou ao Brasil na última segunda-feira (13). Ele ficou conhecido por gravar e postar vídeos relacionados à sua rotina de medo durante este conflito na Faixa de Gaza.
O pedido de investigação sobre os ataques foi feito pela advogada que o assiste no Brasil. Em algumas das mensagens, Hasan é chamado de “terrorista”. Há menções também ao fato de Hasan ter aparecido ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o pouso do voo de repatriação, em Brasília.
O comerciante diz que, ao se deparar com as ameaças no Brasil, se arrependeu de ter feito os vídeos. “Eu me arrependi de gravar os vídeos e coloquei minha família em risco sem saber”, disse em entrevista à CNN. Hasan e parentes estão em um abrigo no interior de São Paulo. Por segurança, o nome da cidade já não tinha sido revelado. Ainda assim, a família está com medo de sair de casa e ele tem evitado usar as redes sociais.