O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu publicamente o ministro da Justiça, Flávio Dino, alvo de uma série de críticas, ataques e notícias falsas desde que o Estadão noticiou, na segunda-feira (13), a ida de Luciane Barbosa Farias, mulher de um dos líderes do Comando Vermelho, ao Palácio da Justiça. Ali, ela participou de audiências com os secretários de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, e de Políticas Penais, Rafael Velasco.
Em meio à repercussão do episódio, começou a circular nas redes sociais um vídeo no qual o ministro Dino aparece cumprimentando uma mulher loira, falsamente apontada como Luciane. A história foi desmentida pela mulher que aparece na gravação, a humorista Vi Alvares. O presidente Lula se referiu à notícia falsa ao lamentar os ataques contra Flávio Dino. “Minha solidariedade ao ministro, que vem sendo alvo de absurdos ataques artificialmente plantados. Ele já disse e reiterou que jamais encontrou com esposa de líder de facção criminosa. Não há uma foto sequer, mas há vários dias insistem na disparatada mentira”, escreveu.
Dino processará ‘autores de mentiras’
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nessa terça-feira (14) que processará os “autores de mentiras” publicadas contra ele. Dino listou algumas das mentiras contadas sobre ele, que têm circulado nas redes sociais. O ministro é acusado de interferir na Polícia Federal e de manter relações com o Comando Vermelho e com o Primeiro Comando da Capital (PCC). “Mas, não há prova de nada, rigorosamente nada, então precisam de uma reunião que não existiu e de uma fraude com um vídeo”, escreveu. A gravação a que Dino se refere é um vídeo em que ele aparece cumprimentando uma humorista e que, segundo notícias falsas, seria a mulher do líder do Comando Vermelho. “Daqui a pouco vão descobrir que sou mesmo um super-herói dos Vingadores. Além de criminosos, são ridículos”, concluiu o ministro.
Encontro com mulher de líder de facção
Nessa segunda-feira, o secretário Elias Vaz assumiu ter errado ao receber Luciane Barbosa Farias no Palácio da Justiça e afirmou que não sabia sobre a ligação da mulher com a facção Comando Vermelho e que também desconhecia que ela estaria presente. A audiência da qual Luciane participou foi convocada pela advogada e ex-deputada federal pelo Psol, Janira Rocha; no encontro também estiveram as mães de uma criança e de um adolescente assassinados. A mulher do líder da facção teria apresentado queixas sobre o sistema penitenciário e, então, sido encaminhada pelo secretário Elias Vaz ao secretário Rafael Velasco, que cuida das políticas penais no país.
Após o mal-estar provocado pelas visitas de Luciane ao Palácio da Justiça, o ministério publicou uma portaria, ainda nessa segunda-feira à noite, alterando o protocolo de segurança para ingresso de visitantes no prédio. O novo código prevê que só será permitido o acesso quando a agenda comunicar os nomes dos participantes da reunião e seus CPFs com 48 horas de antecedência. O pedido de entrada deverá ser formalizado pelo e-mail institucional do órgão responsável pela agenda.