O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deve se reunir, nesta quarta-feira (25), com integrantes do Ministério da Fazenda, em Brasília (DF). Ele e o secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, irão à capital federal para tratar da dívida pública estadual, que gira em torno de R$ 160 bilhões. A conversa vai ocorrer em meio à tentativa do Palácio Tiradentes
A reunião em Brasília foi confirmada por Barbosa nessa terça-feira (24), depois de participar de audiência pública sobre a Recuperação Fiscal na sede da Assembleia, em Belo Horizonte. Interlocutores do governo de Minas acreditam que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participe do encontro, mas, até perto das 22h de ontem, a agenda com a comitiva mineira não consta na lista de compromissos oficiais do petista.
“Vou (à Fazenda federal) com o governador Zema, o governador do Rio Grande do Sul (Eduardo Leite) e, me parece, o governador do Rio de Janeiro (Cláudio Castro). Vamos discutir dívida”, disse Barbosa.
Se entrar em vigor, o plano de Recuperação Fiscal de Minas vai durar nove anos. O governo estadual propôs, à União, uma série de medidas econômicas a fim de renegociar o débito bilionário.
Na lista de sugestões está, por exemplo, a venda da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A estatal é responsável por gerir jazidas de nióbio em Araxá, no Alto Paranaíba. Apesar disso, aos deputados, ontem, Barbosa admitiu a possibilidade de propor, a Haddad,
Resistência da oposição é desafio
O plano de Recuperação Fiscal não projeta aumento real nos salários dos servidores, tratando apenas
Apesar disso, Barbosa afirmou que, sem o aval ao RRF, Minas Gerais lidará com o “colapso” de suas contas.
“Para 2024, se estivermos dentro do Regime de Recuperação Fiscal, vamos pagar uma dívida de R$ 4,2 bilhões. Se não estivermos, vamos pagar R$ 18,4 bilhões. É uma diferença de (aproximadamente) R$ 14 bilhões. No outro ano, será a mesma coisa. O estado não tem essa capacidade. É o grande motivo de fazer a adesão à Recuperação Fiscal”, falou.
Professor Cleiton (PV), integrante do bloco de oposição a Zema, citou o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul para questionar a eficácia da Recuperação Fiscal.
“Queríamos ouvir uma análise de qual era a situação da dívida em 2019, quanto a dívida foi aumentada nos últimos anos e qual será seu valor quando o plano terminar, em 2032. Não estamos falando de uma novidade, mas de um plano aplicado em outros estados. E, sabemos que, em outros estados, como o Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, o plano não deu certo. Por que vai dar certo em Minas?”, perguntou.