O relator da CPI das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados, Ricardo Silva (PSD-SP), subiu o tom contra o ex-atacante da seleção brasileira Ronaldinho Gaúcho, e afirmou que o pentacampeão mundial participou de esquema fraudulento, que enganou milhares de pessoas. O parecer, aprovado por unanimidade pelo colegiado, na noite desta segunda-feira (9), pede o indiciamento de 45 pessoas, incluindo R10, o irmão e empresário, Ronaldo de Assis Moreira, além do empresário Marcelo Lara.
A CPI vai pedir ao Ministério Público o indiciamento do trio pelos crimes de lavagem de bens e capitais, estelionato, gestão fraudulenta, além da prática do crime de operação de instituição financeira sem autorização. Todos são sócios da empresa 18k, que prometia aos clientes retorno financeiro acima da média do mercado por meio de investimento em criptomoedas. R10 participou de propagandas que atraiam clientes para o esquema. “Ele gravou propaganda para esquema fraudulento. Não apenas isso, ele participou de um processo que levou muitas pessoas ao engano. O COAF nos mandou relatórios de inteligência que apontam movimentações suspeitas que coincidem com o período em que ele gravou as propagandas”, disparou o relator da CPI. “Acho que não dá para uma pessoa movimentar dinheiro, ter relação com sócios fraudadores, e enganar milhares de pessoas” , criticou.
O deputado Ricardo Silva (PSD-SP) disse que questionou o ex-atacante da seleção se ele havia entrado com processo contra as pessoas que supostamente teriam utilizado a imagem dele de forma ilegal, e recebeu resposta negativa. “A gente não pode se contentar com isso. O povo não pode ser feito de bobo, ser enganado, e essa comissão cumpre com o seu papel” concluiu o relator.
A defesa de Ronaldinho Gaúcho afirmou, em nota, que não há indício de prova de qualquer ilícito e acusou a CPI de não se preocupar em ouvir os proprietários da empresa 18K. Caberá ao Ministério Público decidir se irá aceitar os pedidos de indiciamento e oferecer denúncia contra os investigados pela CPI.
A CPI das Pirâmides Financeiras pretende votar na próxima semana, a urgência dos quatro projetos de lei, que constam no relatório aprovado, que visam aperfeiçoar o mercado de criptomoedas no país, além de ampliar as penas pelos crimes de pirâmide financeira, podendo chegar a 16 anos de reclusão. A CPI também apresentou uma proposta que visa alterar o Marco Legal das Criptomoedas, alterando alguns trechos com a finalidade de dar segurança jurídica e econômica. A cúpula da CPI acredita que os projetos podem alavancar a arrecadação do governo federal em até R$ 6 bilhões.