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Engler deixa de ser vice-líder de Zema na ALMG em meio a conflito de versões

Aliados do deputado atribuem saída a voto contrário a projeto do ICMS; governistas dizem que troca ocorreu por causa de acordo prévio com outro parlamentar do PL

O deputado estadual Bruno Engler (PL) não é mais um dos vice-líderes do governo de Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Nos corredores da Casa, interlocutores ligados a Engler apontam que a saída seria uma espécie de resposta à decisão dele de votar contra o aumento, em dois pontos percentuais, do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) com incidência em produtos tidos como supérfluos.

A versão é contestada por outras fontes ouvidas pela Itatiaia. A alegação é que a saída de Engler, na verdade, ocorreu dentro de um acordo para entregar o posto de vice-líder governista ao também liberal Coronel Henrique. Isso porque Zé Laviola (Novo), outro componente da vice-liderança de Zema, também se manifestou contra o ICMS sobre supérfluos. Douglas Melo (PSD), também vice-líder, estava presente à sessão, e optou pela abstenção.

Deputado estadual mais votado em Minas Gerais no ano passado, Engler foi escolhido por cerca de 637,4 mil eleitores. Ele é o nome preferido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em 2024 e, no fim de setembro, foi chamado de “futuro prefeito” pelo correligionário.

Em nota enviada à reportagem, a equipe do líder de governo, João Magalhães (MDB), afirmou que a saída de Engler está relacionada a um “combinado”. “A saída do deputado Bruno Engler (PL) da posição de vice-líder de governo na Assembleia Legislativa foi conversada e acordada com o próprio deputado ainda sob liderança do agora secretário de governo, Gustavo Valadares (PMN)”, lê-se em trecho do comunicado.

Além de Henrique, Melo e Laviola, a vice-liderança de Zema na Assembleia tem Bosco, do Cidadania, e Chiara Biondini (PP).

O aumento do ICMS sobre supérfluos já foi, inclusive, sancionado por Zema. A alíquota complementar vai incidir em itens como cervejas, armas, cigarros, refrigerantes e cosméticos.

Graduado em Jornalismo, é repórter de Política na Itatiaia. Antes, foi repórter especial do Estado de Minas e participante do podcast de Política do Portal Uai. Tem passagem, também, pelo Superesportes.
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