O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, negou a possibilidade de decretar intervenção federal em estados como a Bahia e o Rio de Janeiro, que sofrem com a onda de violência. Na Bahia, cerca de 70 pessoas foram mortas em ações policiais em setembro. Durante o lançamento do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas, o ministro Flávio Dino afirmou, nesta segunda-feira (2), que as intervenções federais, decretadas por governos anteriores, não deram certo. “Nós não vamos fazer (intervenção federal). Nós só fizemos uma intervenção federal, que foi proposta por mim, na tarde do dia 8 de janeiro. Não é a nossa prática porque deu errado”, disparou Dino.
O ministro Flávio Dino lembrou que o governo federal decretou intervenção federal no Rio de Janeiro, em 2018, e que a experiência não foi bem sucedida. “Quem quiser consultar a história do Brasil veja quantas intervenções federais foram feitas, inclusive no Rio de Janeiro, que resultaram em trabalho para a Polícia Federal, trabalho para os próximos anos. Então, nós não vamos cometer os erros do passado”, concluiu. Ao falar do trabalho da Polícia Federal para os próximos anos, o ministro se referiu às investigações da morte da vereadora Marielle Franco, que ocorreu em março de 2018, durante intervenção federal no Rio de Janeiro.
Flávio Dino anunciou o reforço de 300 agentes da Força Nacional e 270 agentes da Polícia Rodoviária Federal para reforçar a segurança no Rio de Janeiro, que também deve receber R$247 milhões do governo federal para ações de combate ao Crime Organizado. Do total, R$95 milhões serão destinados para a construção de um presídio de segurança máxima no estado. A Bahia vai receber, no total, R$168 milhões, sendo que R$20 milhões foram liberados por meio de um decreto assinado hoje para a aquisição de equipamentos de inteligência, viaturas e o custeio operacional.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, negou que o lançamento do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas seja uma resposta à onda de violência na Bahia. O governo federal prevê investimentos de R$900 milhões para a execução do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas em todo o país.