A cúpula da CPMI dos Atos Antidemocráticos deve definir na próxima terça-feira (19) se irá submeter à votação do colegiado o pedido da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) para que seja realizada uma acareação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid. O pedido da relatora tem enfrentado resistência de parlamentares da oposição ao governo, que defendem a convocação de um representante da Força Nacional, e também do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB). Atualmente, existem 16 pedidos para convocação de Dino.
Mauro Cid, que era ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, teria sido o responsável pela venda de joias e artigos de luxo do Estado Brasileiro no Exterior. No acordo de delação, firmado com a Polícia Federal e homologado pelo Supremo Tribunal Federal, Mauro Cid também deve admitir responsabilidade e dar detalhes do esquema de fraude em cartões de vacinação, que inseriu dados falsos de vacinação contra a covid-19. O esquema teria beneficiado o ex-presidente Bolsonaro.
A senadora Eliziane Gama ressaltou que as informações da delação premiada de Mauro Cid, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, sobre os atos antidemocráticos podem contribuir com a conclusão dos trabalhos da CPMI. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), disse que só irá submeter o requerimento da relatora para votação, caso haja acordo para chamar um representante da Força Nacional.
Mauro Cid chegou a ser convocado para prestar esclarecimentos à CPMI, em 11 de julho, mas optou por ficar em silêncio. Ele havia obtido no Supremo Tribunal Federal o direito de ficar em silêncio para não se autoincriminar, uma vez que é investigado em inquéritos da Polícia Federal.
A próxima reunião da CPMI irá ocorrer na próxima terça-feira (19). Na ocasião, o colegiado vai ouvir o general Braga Netto, que foi ministro da da Defesa e da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O general Braga Netto também foi candidato a vice-presidente na chapa com Bolsonaro em 2022.