A Aliança Global de Biocombustíveis foi lançada, em Nova Délhi, com a presença de chefes de Estado, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dezenove países e 12 organizações internacionais fazem parte do grupo, incluindo Brasil, Estados Unidos e Índia que são os três principais produtores de biocombustíveis do mundo. A Aliança, que pode receber a adesão de novos membros, vai trabalhar para fomentar a produção sustentável e o uso de biocombustíveis.
“A proposta da Aliança Global de Combustíveis é recolher e compartilhar as melhores práticas adotadas no mundo nesse tema, e nisso o Brasil tem uma responsabilidade muito grande porque não tem nenhum outro país com uma experiência tão grande nessas últimas décadas, quer seja na produção, quer seja na utilização de biocombustíveis e de bioenergia. Para o processo de descarbonização isso representa um avanço muito relevante porque especialmente na mobilidade terrestre, ao lado das rotas de eletrificação que vão cumprir o seu papel no processo de descarbonização, os biocombustíveis oferecem uma maneira rápida, barata, de fácil utilização para que a gente tenha efeitos mais rápidos da descarbonização uma vez que o tema é urgente”, disse Evandro Gussi, presidente e CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).
Parceria
Segundo o governo brasileiro, o lançamento é resultado de um ambicioso programa indiano de biocombustíveis, que prevê adoção de 20% de mistura de etanol na gasolina, ampliação da fabricação de automóveis flex, e a produção de biocombustíveis de segunda geração. O Brasil produz biocombustíveis, como etanol, há 40 anos e trabalhou com a Índia na proposta da aliança.
Um dos objetivos dos pioneiros e incentivar outros países a alcançarem uma mistura de 27% de etanol da gasolina, percentual adotado no Brasil. “Dada a nossa experiência nessa utilização, cabe-nos compartilhar com os demais países que desejam avançar no tema da bioenergia, dos biocombustíveis, de modo que os processos de adoção e de produção nesses lugares possa ser acelerado”, afirmou Gussi.
Aviação
A previsão de uso de biocombustíveis na aviação e na navegação aumentará a demanda mundial e vai gerar a necessidade do aumento do número de fornecedores. “No caso da indústria de aviação, o etanol também vai cumprir um papel muito relevante, uma vez que 65% da descarbonização do setor aéreo só pode ser realizado a partir da mudança do combustível, o que se tem chamado de combustível sustentável de aviação em inglês, o SAF”, completou.