A vereadora de Uberlândia, Amanda Gondim (PDT), registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Militar após receber um e-mail com uma ameaça de estupro. De acordo com o documento o remetente enviou o conteúdo afirmando que a prática criminosa seria, segundo ele um ‘corretivo para mulheres lésbicas’.
A reportagem da Itatiaia teve acesso ao conteúdo do e-mail, que afirma que o estupro ‘cura’ mulheres lésbicas. Em alguns trechos do texto, o remetente menciona uma suposta terapia de ‘estupro coletivo terapêutico’, em que o autor afirma que ‘pelo estupro uma mulher lésbica volta a ser heterossexual’. O conteúdo foi enviado por uma pessoa que se identificou como Dr. Astolfo Bozônio Rodrigues, que afirma ser doutor em psicologia social, detalhando como a parlamentar deveria sofrer as agressões.
A vereadora afirma que vai procurar o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e espera que o caso seja investigado.
“Crimes como esse não podem ser menosprezados, não podem ser deixados em vão, isso precisa ser investigado. E eu queria dizer para quem escreveu isso, tirou o tempo para escrever uma atrocidade, cometer um crime bárbaro desse, dizer com riquezas de detalhes o que quer fazer comigo, que fala que tem o meu endereço, que vai me achar, que vai me estuprar. Eu vou levar isso pra polícia, isso vai ser investigado”, explica.
Amanda Gondim também afirmou que vai seguir normalmente com suas funções na Câmara Municipal de Uberlândia.
“Eu quero dizer que nada disso me intimida, nada disso vai diminuir a minha força, o meu trabalho, a minha história, a minha trajetória a minha competência para estar aqui nesse espaço, lutando pelo que eu acredito, lutando por uma sociedade mais justa, e comigo tem muita gente, comigo tem uma força de pessoas, movimentos, vocês não vão me calar”, completa.
Ameaças contra mulheres na política
Nas últimas duas semanas,
Entre os casos registrados no estado mineiro, estão a
A violência é direcionada a um espectro político específico?
Apesar de ser mais comumente direcionado a mulheres do campo progressista, Lívia Souza explica que
“Essas ameaças mantêm o poder masculino na política porque é o patriarcado tentando manter o seu poder. O setor progressista acaba sofrendo mais ameaça, porque justamente são mulheres que de alguma forma se mostram contra e debatem contra valores violentos e misóginos”.