O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não sabia sobre a existência do relógio Patek Philipe de US$ 51 mil nos Estados Unidos, segundo afirmou o advogado Paulo Bueno à GloboNews nesta sexta-feira (18). A declaração do criminalista é dada horas após a entrevista de Cezar Bitencourt, advogado do ex-ajudante de ordens do então presidente, Mauro Cid, à emissora. Bolsonaro e Cid estão ligados pelo inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga a negociação e a venda ilegal de joias presenteadas ao ex-presidente no Estados Unidos.
“Ele [Bolsonaro] desconhecia sobre esse Patek Philippe (…). Quando falei com ele, é uma pessoa muito simples, vocês evidentemente sabem disso, talvez não tenha dado importância ao presente que deveria ter dado, se é que viu esta imagem. Mas, de fato, ele não tinha notícias desse Patek Philippe”, declarou Paulo Bueno.
Na entrevista, o criminalista insistiu que a negociação do relógio Rolex de ouro branco e de outras peças de luxo no exterior não é crime. “Ele [relógio] poderia ser vendido fora do Brasil. A própria lei autoriza. E por que levaram para os Estados Unidos? Olha, eles [família Bolsonaro e equipe] viajaram em delegação para os Estados Unidos e eu honestamente não sei o porquê da negociação ter ocorrido lá. Talvez o mercado fosse melhor”, disse. “Mas, posso afirmar que a venda podia ser feita. O bem era dele [Bolsonaro]”, garante.
O advogado do ex-presidente Bolsonaro também respondeu sobre a operação de recompra do Rolex nos Estados Unidos movida pelo advogado Frederick Wassef. “Não sei, não conheço a operação. Não conheço Wassef, ele não integra minha defesa, nunca conversei com ele, não tenho o telefone dele e espero que ele não tenha o meu”, afirmou. “Mas, não é uma atitude criminosa. Talvez extrapole a função do advogado. Não é um fato significativo para minha defesa”, acrescentou.
