Transferido do interior de São Paulo para Brasília, o hacker Walter Delgatti Neto depõe à Polícia Federal (PF), às 13h desta quarta-feira (16), no âmbito da investigação sobre a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Se não optar pela delação premiada à corporação, Delgatti será ouvido por membros da Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que investiga os atos antidemocráticos ocorridos sete dias após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Preso no início de agosto em São Paulo, Delgatti é suspeito de atacar o sistema do Judiciário e inserir informações falsas — como um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em um depoimento à Polícia Federal dois meses antes da prisão, o hacker incriminou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e indicou que ela pediu a ele para invadir uma urna eletrônica. Ainda segundo Delgatti, a parlamentar ainda teria orientado que ele invadisse o celular do ministro Moraes.
Um encontro entre Carla Zambelli e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com Walter Delgatti Neto, no Palácio da Alvorada, em agosto do ano passado, também está na mira no inquérito instaurado pela PF. Investigadores querem identificar o que aconteceu na reunião, quais temas foram abordados e o que disseram os políticos no encontro com o hacker.