A Polícia Federal (PF) decidiu
O advogado de Carla Zambelli, Daniel Bialski, esclareceu à Itatiaia que o adiamento do depoimento da parlamentar à Polícia Federal (PF) ocorreu em consenso entre os agentes e a própria defesa. Isto porque até o início desta tarde o advogado ainda não acessou os autos do inquérito e, assim, orientou que Zambelli permanecesse em silêncio durante a oitiva.
“O depoimento não se realizou porque a defesa não teve acesso aos inquéritos policiais, procedimentos conexos e correlatos. Não se trata de uma faculdade, mas sim de um direito da pessoa que está sendo averiguada ou intimada, conhecer todos os fatos e todas as provas”, indicou em nota. “A própria autoridade policial, tomando conhecimento (...) que a parlamentar não falaria nada enquanto não tivesse acesso a tais documentos, determinou a redesignação do depoimento para data posterior”, informou.
Até esta tarde de segunda-feira (7), a Polícia Federal ainda não remarcou a ida de Zambelli à sede em São Paulo.
Carla Zambelli na mira da Polícia Federal
Vice-líder da minoria na Câmara dos Deputados e partidária do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada Carla Zambelli (PL-SP) é investigada por participar das invasões ocorridas no início do ano ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na ocasião, foram inseridos 11 alvarás de soltura de suspeitos presos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal (PF) indicou no inquérito que o autor das invasões é o hacker Walter Delgatti Neto, e há indícios de que Zambelli o teria contratado para realizar as adulterações no controle interno do Judiciário. A parlamentar nega as acusações e alega ter usado R$ 16,5 mil entre recursos pessoais e cota de comunicação para pagá-lo por serviços em seu site pessoal.
Contudo, em depoimento à PF, Delgatti alegou que Zambelli teria solicitado que ele obtivesse “conversas comprometedoras” do ministro Moraes.