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CPMI se prepara para ouvir Anderson Torres na terça-feira (8); Cid pode voltar ao alvo

Comissão que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro deve ouvir, também, o hacker Walter Delgatti

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos vai ouvir, na próxima terça-feira (8), o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Ele era o responsável pelo plano de segurança no dia 8 de janeiro, quando os prédios públicos da praça dos Três Poderes foram depredados. Antes, Torres foi ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL).

No requerimento de convocação, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), diz que Torres poderá contribuir com informações sobre o dia 30 de outubro, data do segundo turno da eleição do ano passado.

Segundo ela, o ex-ministro poderá falar, também, sobre os acontecimentos de 12 de dezembro, data da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). À época, houve depredação de ônibus e ataques a prédios públicos na região central de Brasília (DF).

Eliziane cita, ainda, o dia 24 de dezembro, quando uma bomba foi localizada em um caminhão tanque perto do aeroporto da capital federal. No documento em que pede a convocação de Torres, a senadora diz que a CPMI está em “fase inicial de oitivas de testemunhas";

Anderson Torres chegou a ser preso, em janeiro deste ano, a pedido da Polícia Federal, acusado de omissão nos atos do dia 8 de janeiro. Ele foi solto em maio e, desde então, cumpre medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica.

Hacker da ‘Vaza-Jato’ e Mauro Cid

Existe a previsão de a CPMI dos Atos Antidemocráticos ouvir, na quinta-feira (10), o hacker Walter Delgatti Netto. Na semana passada, ele foi preso pela Polícia Federal, acusado de acessar ilegalmente os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.

Delgatti ganhou a alcunha de hacker da “Vaza-Jato” por, em 2019, ter invadido contas mantidas por autoridades no aplicativo Telegram. Foram divulgados diálogos atribuídos a interlocutores ligados à Operação Lava-Jato, como o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol.

A CPMI também deve votar um novo pedido de convocação do tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. O objetivo é que ele fale a respeito de uma troca de e-mails que mostram a suposta tentativa de venda de um relógio de luxo, avaliado em R$ 300 mil. Os parlamentares da comissão já estão com cópias das mensagens.

Mauro Cid está preso desde maio acusado de fraudar cartões de vacinação contra a Covid-19. A defesa do militar alega que não teve acesso ao material em posse da CPMI e que, por isso, não irá comentar o caso.

Repórter da Itatiaia desde 2018. Foi correspondente no Rio de Janeiro por dois anos, e está em Brasília, na cobertura dos Três Poderes, desde setembro de 2020. É formado em Jornalismo pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso), com pós-graduação em Comunicação Eleitoral e Marketing Político.
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