Em 2016, quando ainda ocupava a cadeira de ministro da Justiça e da Cidadania no governo de Michel Temer, Alexandre de Moraes se permitiu ser filmado e fotografado com um uniforme preto e munido de um facão em uma plantação de maconha no Paraguai. Na época, o ministro viajou até o país vizinho para cortar pés da planta em uma fazenda.
Sete anos depois, já na cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votou a favor da descriminalização do porte da droga.
O julgamento de uma ação que vai balizar a questão em todo o país foi retomada nesta quarta-feira (2) no STF - e suspenso após o voto de Moraes após pedido de Gilmar Mendes. Até o momento, quatro ministros votaram pela descriminalização.
Em seu voto durante a sessão, Moraes disse que o Brasil tem um alto número de usuários, que a maconha é “uma droga mais leve que as demais” e que consumidores negros sofrem mais com o rigor da lei do que os brancos.
“Lamentavelmente, o Brasil se transformou em um país consumidor, um alto país consumidor. Em números absolutos, o Brasil é o maior consumidor de maconha do mundo e o segundo maior consumidor de cocaína no mundo, só perdendo para os Estados Unidos da América”, disse.
Ele também defendeu a importância de o STF determinar uma quantidade que o usuário pode portar. De acordo com Moraes, a quantia deveria ficar entre 25 e 60 gramas por usuário.