A mais recente invasão a uma fazenda da Embrapa, em Petrolina (PE), deu fôlego para a CPI do MST, na Câmara dos Deputados, aprovar um requerimento de convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. A proposta já havia sido apresentada outras vezes, mas era retirada de pauta em acordo com governistas.
Desta vez, o relator da comissão e autor do requerimento, deputado Ricardo Salles (PL-SP), apresentou a sugestão de última hora para evitar manobras.
Antes do recesso parlamentar, no início de julho, o requerimento que pedia a ida de Costa à CPI acabou sendo descartado após acordo para aprovação de outros, como o que aprovou a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias.
A ida de Rui Costa à CPI é delicada para o governo pela difícil relação que o ex-ministro tem com o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra. O requerimento que pede a convocação do ex-governador da Bahia se justifica, segundo a oposição, já que as invasões de abril ocorrem em território baiano.
A CPI também quer a prorrogação dos trabalhos por mais dois meses e a convocação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que já tem um convite à CPI aprovado e pode comparecer para prestar esclarecimentos na próxima quinta-feira.
Nesta terça-feira (1), Teixeira se reuniu, em Petrolina, com membros do MST e com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Cerca de 1.500 famílias invadiram terras na região nesta segunda ao alegar descumprimento de acordos firmados com governo em abril deste ano.
