O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou nesta quinta-feira (27) que o suposto espião russo Serguei Vladimirovich Cherkasov não será extraditado aos Estados Unidos. O governo norte-americano ingressou com pedido de extradição junto ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) a partir da alegação de que o russo teria agido no país com documentos brasileiros falsos.
Entretanto, o ministério não acatou o pedido. Dino citou que a decisão está baseada na Lei 13.445 de 2017, que rege sobre as migrações no Brasil, mas não detalhou o artigo específico ou a razão para manter o suposto espião no país.
Serguei Vladimirovich Cherkasov está preso preventivamente em Brasília desde abril do ano passado após a Holanda deportá-lo por uso de documentos fraudulentos. No Brasil, ele também é investigado por espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção. Ainda neste mês, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu um pedido de liberdade conduzido pelo russo.
Quem é o espião russo que fingia ser brasileiro?
Sob o nome falso de Victor Muller, Serguei Vladimirovich Cherkasov se matriculou na Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, um programa de pós-graduação de elite escolhido por militares, diplomatas e futuros espiões, segundo a CNN.
O suposto espião fingiu ser brasileiro por cerca de dez anos e negava a nacionalidade russa. Ele foi identificado publicamente como um oficial russo de informação militar quando, em abril, viajou para a Holanda para iniciar um estágio no Tribunal Penal Internacional em Haia.
Ali, ele teria a incumbência de espionar investigações sobre crimes de guerra em ações militares russas na Ucrânia e outros lugares.
(Com informações da CNN Brasil)